sabato, dicembre 23, 2006

Muito a dizer e nenhuma inspiração


Eu poderia falar de muitas coisas que acontecerem desde o meu último post , mas são tantas que nem sei qual selecionar. Visita ao curral-lar , pneumonia, qualificação, Internacional campeão do mundo (bem-vindos ao Planeta dos Macacos!!!!) caos nos aeroportos, balanço de fim de ano, enfim, tantas e tantas coisas... Ruminações demais para uma mucca só. Por hora, quero desejar a todos que passam por aqui um Feliz Natal ! Mugidos natalinos a todos !


mercoledì, ottobre 18, 2006

Mar de surrealidade


Breve pausa, afinal, nós muccas tb merecemos algumas horas em frente ao mar.... E claro, também uma ótima companhia para beber algumas cervejas e assistir a um filme noir dirigido pelo Brian de Palma . Quem não viu ainda, não perca Dália Negra. Vale a pena. O diretor parece ter recobrado a velha forma de Scarface e Vestida para Matar. E a Hilary Swank de femme fatale tava demais...

Bom, depois do sol, do mar, do cinema, das cervejas, da companhia, cá estou eu me debatendo de angústia em função do tempo que corre mais depressa do que eu produzo... Mea culpa, sou uma mucca um tanto desmotivada . Mas mesmo assim, como todo bovino, persisto pastando enquanto ouço The Doors sem parar, mergulho em textos surreais e até começo a me lembrar por que raios estou aqui balançando o meu rabinho e batendo minhas quatro patas. Como diria Breton:

É como se, de repente, fosse desvendada a profunda noite da existência humana, como se, tendo a necessidade humana aceito formar um só todo com a necessidade lógica, todas as coisas adquirissem uma total transparência, tudo se ligasse entre si como uma corrente de vidro à qual não faltasse um só elo.

Onde poderei eu estar melhor que no seio de uma nuvem, para adorar o desejo, único impulsionador do mundo, o desejo, único rigor que o homem deve se impor?

E por essas e outras que continuo pastando....

mercoledì, settembre 20, 2006

As muccas tb amam


Momento romântico , porque o amor ainda é lindo....Dos outros então, nem se fala...:P


martedì, settembre 19, 2006

You tube é bom demais



Bom, esta mucca aqui virou fanática pelo youtube. Fico horas procurando vídeos dos meus cantores e cantoras favoritos, vídeos raros e de gravações ao vivo, aos quais jamais teria acesso sem a internet. E enquanto procurava algum vídeo da divina Nina Simone me deparei com essa gracinha. Enjoy it!

A vida imita a arte?



CSI: CRIME SCENE INVESTIGATION, que no Brasil ganhou a tradução de CSI: Investigação Criminal, para quem não sabe , é um seriado policial , onde a equipe da polícia forense de Las Vegas conta com todo o arsenal tecnológico americano para a resolução dos mais escabrosos crimes. O sucesso da série é tamanho que ela acabou ganhando derivados como CSI Miami e CSI Nova York e atraindo nomes de peso para dirigir episódios, como o diretor cult Quentin Tarantino.
Pois bem, que a arte imita a vida, todo mundo está cansado de saber, mas o pessoal do seriado pôde constatar que a sentença ao contrário também é verdadeira.
Durante as filmagens de um dos episódios em Los Angeles, o pessoal da equipe começou a sentir um forte mau cheiro vindo do andar de baixo do prédio da locação . Havia sido descoberto o corpo mumificado de um homem, que morrera de causas naturais há dois meses e estava sendo removido no exato momento da gravação.
E o pior , o pessoal de CSI: Miami também teve a mesma surpresa já que um corpo também foi encontrado em outra locação da série, um lago em Biscayne Bay, Miami. A vítima provavelmente se afogou, já que não havia nenhuma marca de luta pelo corpo, segundo as autoridades.
Bom, desse jeito o pessoal de CSI vai acabar virando PHD no que o pessoal do meio chama de laboratório, já que além das maquiagens e manequins , agora eles contam com cadáveres reais e ao vivo....


venerdì, settembre 08, 2006

Não há fronteira final



Trekkers do mundo ... preparem-se. Peguem suas pontudas orelhas vulcanas , seus uniformes da Frota Estelar, seus phasers de plástico ou suas máscaras Klingon e tirem a sexta-feira para comemorar uma data histórica!!!!
O dia oito de setembro marca os 40 anos de Star Trek - Jornada nas Estrelas, série sci-fi que marcou gerações, deixando um extenso legado cultural, científico e mercadológico.
O mais curioso é que Jornada nas Estrelas, originalmente prevista para durar cinco anos, foi exibida de 1966 a 1969, mas não foi nenhum grande sucesso de audiência , acabou sendo cancelada e esmagada por outra série saudosista, mas bem menos relevante : Perdidos no Espaço .
O fracasso inicial da série tem muito a ver com o contexto histórico da época que não estava preparado para as idéias inovadoras de Gene Roddenberry, criador da série. Reunindo na mesma nave uma mulher afro-americana como Primeiro (Uhura), um oriental ( Sulu) e um russo (Pavel Chekov), pregando a convivência multi-étnica e fraternal não era uma idéia muito fácil de ser digerida em um clima de Guerra Fria , de sérios conflitos raciais no sul dos EUA e de luta pelos direitos civis das mulheres . Além disso, Spock, metade humano , metade vulcano foi inicialmente rejeitado pelos executivos da NBC , com medo de que a sua aparência vagamente satânica (com orelhas e sobrancelhas pontiagudas) perturbasse os recatados e carolas espectadores americanos que viam o demo em qualquer lugar até nas músicas do Led Zeppelin . Assim, em algumas das primeiras fotos de divulgação para a imprensa suas orelhas pontiagudas foram apagadas (essas fotos devem valer uma fortuna entre os trekkers...).
A popularidade só veio ao longo dos anos 70, com as reprises, que angariaram um grande e fervoroso número de fãs. Star Trek foi a primeira série a produzir o fenômeno da "Fan mania”, ao impulsionar e multiplicar o marketing em torno de produtos derivados, desenvolvendo uma área até então inexplorada. Jornada nas Estrelas - A Nova Geração, Star Trek - Enterprise, Deep Space 9., Voyager, todas séries derivadas, devem muito de sua audiência aos pioneiros comandados pelo passional ( e galã do espaço sideral) James Tiberius Kirk .
No campo das ciências, podemos perceber que Jornada nas estrelas deve ter inspirado , nem que inconscientemente , algumas invenções modernas. Martin Cooper, que foi engenheiro-chefe da Motorola, diz que seu protótipo para o primeiro celular tijorola se inspira no comunicador de Kirk e na sua percepção de que "as pessoas são inerentemente móveis".
Um dos primeiros computadores domésticos, Astare, deve seu nome a um planeta presente em um dos episódios da série. Por falar em computador, a Enterprise estava repleta de computadores portáteis ou de mão em um momento que mal havia os mainframes, dando um preview dos dias de hoje, de invenções que de fato vieram a ocorrer. Os cartões que Spock usava para armazenar informações que lembram e muito nossos atuais pen drives ou memory cards.
Não há como não identificar alguma semelhança entre os comunicadores da Enterprise com os celulares de hoje em dia. Eles acompanham a tripulação onde quer que esta estivesse. O fone de orelha , sem fio de Uhura é semelhante aos que usamos hoje em dia, a tecnologia sem fio já disponível em qualquer loja de esquina. Os aparelhos de análise para o solo, atmosfera e presença de formas de vida têm os seus semelhantes na atualidade.
A medicina também se inspirou na série. O aplicador de medicamentos do Dr. Mccoy tem sua similaridade com as pistolas de pressão ou os injetores valvulados para medicamentos. Até mesmo os scanners portáteis que diagnosticam tumores hoje em dia se assemelham aos aparelhos portáteis de diagnóstico usados pelo doutor na enfermaria da espaçonave.
Curiosamente, pesquisando , descobri que Marc Rayman, engenheiro-chefe do departamento de propulsão da Nasa , tirou sua inspiração para a propulsão à base de ferro de um roteiro de um episódio da série , assim como Uhura inspirou a astronauta Mae Jamison, a primeira afro-americana a ir ao espaço em 1992, que enviou a seguinte mensagem ao centro espacial da Nasa em Houston : "todas as freqüências de comunicação estão abertas". Mais uma trekker, sem dúvida.
Como são sou propriamente uma mucca-trekker , não posso dar maiores informações , mas deve haver uma infinidade de similaridades entre os cenários de Star Trek e objetos de design.
A novidade para os trekkers é que os quarenta anos não passarão em branco. Não ao menos nos EUA . A CBS Domestic Television vai exibir todos os 79 episódios com novos efeitos especiais e músicas através de 200 emissoras de televisão, começando em 16 de setembro. O melhor é que os episódios seguirão a ordem de uma lista elaborada pelos fãs da série. Se vc é um deles, talvez seu episódio favorito esteja entre eles.
Os mais puristas talvez fiquem decepcionados, já que os efeitos especiais originais, assim todas as cenas que se passam no espaço, incluindo paisagens alienígenas e naves, como os cruzadores Klingon, serão também atualizados e substituídos por imagens geradas por computador, incluindo também a blindagem externa da Enterprise.
A seqüência de abertura será refeita com novos efeitos e nova trilha sonora, com a inclusão de uma voz feminina acompanhada por orquestra. Porém, nem tudo será modificado. A clássica gravação de William Shatner, o eterno capitão Kirk, foi remasterizada e vai continuar abrindo cada episódio da série . Para aqueles não trekkers que não lembram da abertura , ela começava mais ou menos assim: “Fronteira Final. Estas são as viagens da nave estelar Enterprise, em sua missão de cinco anos, para explorar novos mundos, para pesquisar novas vidas, novas civilizações” E cá entre nós, a Enterprise provou ao longo dos anos que continua “ Audaciosamente indo aonde nenhum homem jamais esteve...”


mercoledì, agosto 09, 2006

A infernal Sherazade

È líquido e certo que o universo do entretenimento adulto sempre estimulou o imaginário coletivo , e não só dos marmanjos, diga-se de passagem, já que sempre existiu uma imensa curiosidade a respeito da realização das filmagens , dos bastidores e da vida pessoal do elenco das produções. E quem agora bota a boca no trombone revelando detalhes interessantes, escabrosos e até mesmo engraçados do mundo pornô é a sua informalmente coroada rainha, a maior estrela do mercado pornográfico americano da atualidade , a tatuada e cultuada Jenna Jameson, que recentemente encarnou “o coisa ruim” na refilmagem de 2005 do clássico O Diabo Na Carne de Miss Jones.
Que elas fazem aquilo que todo mundo gosta de ver ( e fazer vai...) nós já sabíamos , mas Jenna Jameson prova que as atrizes pornôs também tem histórias interessantíssimas para contar e que rendem um bom livro, divertido , caustico , irreverente. .
O livro , um misto de autobiografia, diário, relatos e reflexões sobre sexo e a indústria do pornô percorre a prodigiosa carreira da atriz , ícone pop que transita de clipes do Eminem a comerciais de tv para uma das maiores cadeias de roupas dos Estados Unidos . Jenna , com a ajuda do ghost writer de luxo , Neil Strauss, do New York Times, revela de forma descontraída, todos os pormenores de suas experiências num meio que a faz sofrer com os estereótipos e que acaba gerando situações embaraçosas, já que o público dificilmente sabe separar a mulher da atriz .E não é apenas o público leigo que cai nessa cilada... Jenna destila seu veneno e em revelações bombásticas revela o mesmo comportamento em estrelas de Hollywood como Nicolas Cage, Bruce Willis e Wesley Snipes , sendo que esse, sem nem ao menos conhecer a atriz perguntou se ela gostava de sexo anal como quem pergunta as horas.
Além dessas e outras histórias interessantes, Jenna, PHD no assunto, dá dicas de como melhorar a performance sexual em uma edição fartamente ilustrada , com desenhos, quadrinhos e muitas fotos da exuberante atriz e seus muitos amigos e amigas. Um picante e divertido raio x, que revela em close tudo que os diretores de filmes pornô nunca mostraram.
Tá certo que ela não escreveu sozinha, mas essa mucca aqui deu boas risadas com as listas de Mandamentos sexuais (tipo : Nunca acreditarás em frases como : vou colocar só a cabecinha ) e com as respostas a perguntas cretinas em versão “de bom humor” e “de mau humor” (exemplo: Seus seios são seus ?
Bom humor: Sim, e eles custaram caro. Mau –humor: claro que sim, é normal uma mulher de 1,54 usar manequim 48 contrariando todas as regras de proporção da natureza sem parar num show de horrores.
Você em casa faz sexo do mesmo jeito?
Bom humor: Claro que não, pois outros elementos estão envolvidos. Não faço boquete o tempo inteiro.(...)Mau –humor: Claro que sim, inclusive fico três horas ralando em cima do fogão da cozinha)


Para os interessados ,tarados, fãs, curiosos , simpatizantes , teóricos de cultura de massas ou para quem não tem a mínima idéia do que seja um filme pornô, procure nas livrarias Como... Fazer Amor Como uma Porn Star: um Alerta (de Jenna Jameson e Neil Strauss) , publicação da Editora Z



mercoledì, luglio 19, 2006

Ele é o meu homem

Acaba de ser lançado no EUA o documentário LEONARD COHEN I'M YOUR MAN, uma merecida homenagem a um grande poeta e ícone da contra-cultura que inspirou gerações O documentário, com direção de Lian Lunson , apresenta duas linhas narrativas , uma , compila performances e bastidores de um show em tributo ao cantor (Sidney , 2001) e que reuniu Nick Cave, Rufus Wainwright, Kate & Anna McGarrigle, Martha Wainwright, Beth Orton, Linda Thompson, Teddy Thompson, Jarvis Cocker,The Handsome Family, Julie Christensen e Perla Battala, contando ainda com uma versão de "Tower of Song" com o próprio Cohen e o U2. Já a outra, é construída a partir de depoimentos de fãs famosos, críticos e pessoas do circulo de relações do cantor que revelam segredos e refletem sobre sua personalidade, sua obra e o seu processo de criação.

Sua produção até agora rendeu nove livros (sete de poesia, dois romances) e 11 discos, incluindo Dear heather, seu mais recente CD, lançado em 2004. Cohen sempre transitou entre a música e a literatura, nem sempre recebendo o devido reconhecimento em nenhum dos dois campos, fato este que acabou por levá-lo a optar pela carreira de compositor. De fato, sua primeira canção "Suzanne", foi gravada pela cantora folk canadense Judy Collins em 1966. Dois anos depois e em função do reconhecimento obtido pela gravação , Cohen lança seu primeiro álbum, Songs of Leonard Cohen.
Leonard Cohen partilha com os grandes nomes da literatura a mesma matéria –prima : a paixão, o amor , as reviravoltas da condição humana e as questões cruciais de nosso tempo. Sua primeira canção, como tantas outras , parte de sua observação do mundo real, ele sempre conta uma história onde narra suas experiências, suas angústias , seus devaneios. A Suzanne da música existiu de fato, mas como era casada e, segundo Cohen, adorava o marido, só pode ser tocada com sua mente :


"Suzanne takes you down / To her place near the river / And she feeds you tea and oranges / And you Know that she will trust you / For you've touched her perfect body with your mind." (Suzanne - 1966)


E são justamente experiências de vida como essa que servem de inspiração para as suas canções . Aliás, a vida de Cohen engloba ricos e curiosos elementos como sua ambivalente religiosidade , já que ele, judeu de nascença,tornou-se monge budista durante alguns anos, morando em um templo , inclusive. Dos templos, ele passou às pensões e hotéis baratos, buscando isolamento e matéria prima para suas criações. Um desses hotéis foi o famoso Chelsea, reduto de artistas na década de 60 como Bob Dylan, Jimi Hendrix, William Burroughs, Andy Warhol (e tb o hotel onde Sid Vicius esfaqueou a namorada Nancy e o escritor Arthur C. Clarke escreveu "2001, Uma Odisséia no Espaço") . E foi no Chelsea que Cohen encontrou Janis Joplin e registrou suas impressões com relação à cantora na música "Chelsea Hotel n. 2":


"I remember you well in the Chelsea Hotel / You were famous your heart was a legend / You told me again you preferred handsome men / But for me you would make an exception" (Chelsea Hotel n. 2 - 1974)


Cohen sempre teve um espírito nômade , e sua transferência na década de 70 para a ilha de Hidra, na Grécia, onde passou sete anos escrevendo poemas e compondo música, o condenou ao esquecimento por parte do mercado americano . Ele só seria redescoberto pelo movimento pós-punk, na Inglaterra no começo dos anos oitenta, do qual fizeram parte nomes como Morrisey, Echo and The Bunnymen, Nick Cave e Jesus and Mary Chain e que passaram a fazer covers de músicas do cantor. Em 1988, os covers são registrados no I'm Your Fan - um álbum-homenagem com versões de R.E.M., Pixies, John Cale e Nick Cave, entre outros, para antigos sucessos de Cohen. Peter Gabriel, Bono, Sting, Suzanne Vega e outros também deram sua contribuição á celebração da obra de Cohen no álbum Tower of Songs.
Com seu nome sendo celebrado no mundo todo, e tornando-se cada vez mais habitué de trilhas sonoras de filmes de sucesso (Natural Born Killers, de Oliver Stone , por exemplo), toda uma nova geração pôde ter acesso à poesia de Cohen, agora com uma voz bem mais rouca (fruto de milhares de maços de cigarro, segundo ele) mas profunda e sexy, bem diferente da melódica e delicada gravação de "So long Marianne" de 1968.
Na casa dos 70, Cohen pode agora contar com a serenidade que seus cabelos brancos e sua longa trajetória o trouxeram , e só posso concordar com ele quando escuto aquela voz quente sussurrando :

"If you want a lover/I'll do anything you ask me to/And if you want another kind of love/I'll wear a mask for you/If you want a partner/Take my hand/Or if you want to strike me down in anger/Here I stand/I'm your man" (I'm your man, 1988)

Ele é com certeza o meu homem, pelo menos , o do meu mp3 player…




venerdì, luglio 07, 2006

A meio metro do Metrô

Já faz algumas décadas que a população das grandes cidades reconhece o metrô como uma solução inteligente para o problema do transporte público. O metrô é sem dúvida o meio mais rápido , seguro, econômico e não-poluente para se deslocar de um lado para o outro em grandes metrópoles .


Transportando diariamente cerca de 2,8 milhões de usuários num único dia, o Metrô de São Paulo conta com quatro linhas e é o quinto do mundo em passageiros transportados ( 8,8 milhões de passageiros transportados por ano/ km de linha).Em primeiro lugar , vem o Metrô de Moscou, (12 milhões); seguido pelo de Tóquio (11,2 milhões) de passageiros; Hong Kong (10 milhões de passageiros) ; e Seul (9,6 milhões) de passageiros transportados por ano/ km de linha.
Com o uso do Bilhete Único, que permite o uso integrado dos ônibus municipais de São Paulo com a rede de trens e metrô pela tarifa de R$ 3,00 (desconto de R$ 1,10), existe a previsão de que o Metrô paulistano pule para a terceira posição no mundo entre os sistemas sobre trilhos com a maior proporção de passageiros transportados em relação ao tamanho da rede. Sim, pois mesmo sendo São Paulo a quarta maior cidade do mundo, o seu sistema metroviário conta com apenas 60 km, contra mais de 300 km em Londres, Paris ou Nova York, por exemplo.
Claro que existem tardias (e polêmicas ) obras de expansão , mas até o término destas, o sistema estará cada mais saturado, ultrapassando o limite considerado "suportável" de até seis pessoas por m² . Atualmente, nos horários de pico, os vagões têm transportado mais de oito passageiros por m²... Um sufoco daqueles , diga-se de passagem. Haja Rexona que resista....Pobre boiada, ali espremida como se estivesse indo para o abate !
E com esse bando de ruminantes a mais indo e vindo, era de se esperar que aumentasse a ocorrência de incidentes (e acidentes). Porém, o Metrô sempre manteve a política do "abafa o caso" , para manter seu alto índice de aprovação do usuário. Assim, quando ouvimos mensagens pelos alto-falantes como "este carro estará sendo recolhido por necessidades operacionais" ou " os trens estão circulando com maior tempo de parada e velocidade reduzida " sempre há algum motivo torpe por trás ....Alguma merda ocorreu e eles precisam dar uma desculpa técnica.
E percebi que nos últimos tempos essas mensagens estão cada vez mais freqüentes , indício de problemas , muitos problemas.
Eu, particularmente, destaco duas situações em particular . Uma ocorreu já há algum tempo , a outra hoje cedo, e acho que até posso chamá-la de "musa inspiradora" deste postzinho...J Então vamos lá...
Pois bem, estava lá eu , mucchina esperando o metrô , atrasada para o trabalho quando eis que ele chega. Sento-me no banquinho, faço aquela típica cara de vaca atolada e espero as portas se fecharem. Mas elas não se fecham. Se passa um minuto, se passam dois , minutos , se passam seis minutos. E nada.
Pensei cá com minhas mosquinhas : " A Lei de Murphy não perdoa" . Então escuto a voz do condutor : "Este carro está parado por problemas na rede. O serviço será normalizado em dez minutos " . Ok, o que são dez minutos de atraso a mais ou a menos quando se está fudidamente atrasado mesmo?????
E lá se foram mais dez minutos e nada. Eis que a voz do condutor surge novamente e despeja assim, como quem diz as horas : "O trem está parado devido a presença de usuário na linha na estação Jardim São Paulo . A situação será normalizada dentro de dez minutos". Ai caramba! Presença de usuário na linha???Managgia! Che casino! Era uma invasão do MST , o movimento dos sem trilhos???? Ou talvez algum obsessivo compulsivo contando os dormentes da linha Azul? Não, só poderia ser duas coisas: ou alguém caiu na linha e espera ser removido ou alguém se atirou na linha e será removido....Oh minha Santa Mimosa , protetora das muccas, me socorra. E lá se foram mais de vinte minutos esperando o usuário ter sua presença removida .
Ao chegar no trabalho, procurei desesperadamente por alguma notícia, para enfim desvendar o "mistério do usuário", mas nada , nenhuma notinha sobre algum maníaco-suicida ou sobre algum acidente. Foi quando um colega me revelou que o metrô não divulga para imprensa nada de desagradável que ocorra em seu interior. Mas é claro que algumas coisas acabam vazando , já que outros ruminantes como eu acabam mugindo na superfície o que ocorre dentro dos túneis.
E o que eu vi hoje merece um longo mugido , já que vi o quanto o metrô é ineficiente em emergências. Lá estava eu de novo atrasada (isso tá virando um péssimo hábito) quando chegou o metrô . Como é estação final, é de hábito todo mundo descer, as portas ficam abertas por um certo tempo , ouve-se o habitual sinal e elas se fecham. Porém, hoje , as pessoas desceram e quando os que iriam embarcar se encaminhavam para as portas elas se fecharam, repentinamente. Por pouco uma delas não guilhotinou a senhora que estava na minha frente. A mesma sorte não teve a pobre velhinha a minha direita , já que a porta a surpreendeu com tudo, pegando seu corpo (ou sua perna, não deu para ver) e a derrubando com força. Ela ficou lá , caída , chorando de dor sem conseguir se levantar . Prontamente fomos atendê-la , mas ela não conseguia se mexer e chorava . Fiquei ali, num misto de choque e revolta, e nenhum funcionário do metrô aparecia . Ninguém além das pessoas que escaparam das portas assassinas prestava assistência à velhinha, que teve suas coisinhas espalhadas pelo chão, já que o impacto foi tão grande a ponto de fazê-la derrubar as sacolas que carregava.
E mais ou menos uns dez minutos depois apareceram dois seguranças brucutus do metrô, puxando a velhinha pelo braço para levantá-la . Mas não dava , a coisa foi séria , ela havia caído toda retorcida... Algumas pessoas reclamavam, muitas ficaram indiferentes , outras , diante da demora , foram para a outra plataforma e pegaram outro metrô.
O mais absurdo é que o metrô ficou parado na plataforma o tempo todo até a chegada dos brucutus . O mais surpreendente é que com a velhinha ainda deitada no chão,ultrapassando visivelmente a tal faixa amarela, o condutor psicopata fechou as portas e partiu. Fiquei p.... da cara, mas C'est la vie...
E não é que lá pelas tantas o condutor anuncia que o trem será recolhido na próxima estação. E lá vai mais uma prece a minha Santa Mimosa. A boiada toda desceu e o psico- condutor seguiu . E torço para que o comunicado "Este trem será recolhido na próxima estação por exigência do sistema", dentro da linguagem codificada dos metroviários, possa vir a significar , na realidade, "estou indo até a chefia tomar uma baita de um xixi pela cagada que acabei de fazer... ".
Será ???


mercoledì, luglio 05, 2006

Breve passagem pelos pastos do sul



Meus cascos me conduziram de volta ao curral-lar . Ou o que sobrou dele , já que minha viagem teve o objetivo de acabar com o que restava de minha bovina “presença” em solo natal. Traduzindo: retirar todos os meus pertences do meu antigo curral-lar e empilhá-los em uma quarto no curral da minha amada mucca –nonna . Minhas coisinhas , minhas pequenas coisinhas que não tinha noção de que fossem tantas...Sim, eu preciso de um curral que não seja provisório para dar a elas um espaço digno. A elas e a mim, claro....
Não foi uma tarefa tranqüila, foi morosa, dolorosa, estressante e ...solitária, muito solitária (excluindo a noite em que eu e Sada enchemos a cara de pizza). Procurei não ruminar muito a respeito do que se sucedeu, para não ficar melancólica .E acho que deu quase certo.Foi quase , juro. Não desabei nem quando mucca mãe chorava fazendo chantagens no telefone... Isso é um avanço e tanto. Mas prometo que um dia eu aprendo de vez a ser mais racional e objetiva e mandar o resto da boiada pastar ...
Porém, nem tudo foi absurdamente chato e difícil. A viagem deve alguns pontos positivos, já que pude rever a família , minha amigona do peito e de quebra arrumar mais uma marca para o meu couro. Para que eu me distinga no meio da boiada , claro....

E agora estou aqui, e um tantão de mim lá ...E ao mesmo tempo em lugar nenhum...Quando estou lá me sinto um boi fora da boiada, quando estou aqui idem...
Ser uma mucca nômade não é para qualquer um.E digo isso pois já sou praticamente PHD no assunto.
Quem sabe , até o ano que vem eu já estava no meu curral lar , senão definitivo ao menos privativo, seja lá , aqui, onde for .Só quero poder pastar a vontade , sem idas e vindas . Sei que viver é isso mesmo, um caminho incerto, cheio de curvas , que vc não sabe para onde conduzem. Mas um dia eu chego lá ....
Cruzem as patinhas por mim...

venerdì, giugno 23, 2006

Por essa e por outras que eu adoro o Dahmer





Acho que não preciso mugir nenhum comentário né?

mercoledì, giugno 21, 2006

E definitivamente sem curral




Em breve perderei minha última referência do que pode ser chamado curral- lar ...Mas espero que essa fase mucca nômade termine com esse ano , para que eu possa decorar meu novo curral -lar com estas coisinhas aqui:

Ele merece ! Ele merece!



O personagem de Star Wars Jar Jar Binks foi eleito o persongam mais irritante da história do cinema em uma enquete promovida pelo website inglês LoveFilm.com. Em segundo lugar ficou Carrie (Andie McDowell), de Quatro Casamentos e um Funeral, em terceiro ficou Mr. Bean, interpretado pelo comediante Rowan Atkinson, seguido por Ace Ventura, personagem de Jim Carrey em Ace Ventura, Um Detetive Diferente. Em último lugar, ficou o personagem White Goodman, vivido por Ben Stiller em Com a Bola Toda.

Acho que existem muitos outros nome a serem incluídos na lista , mas agora só me vem a memória bovina o Rony, em Harry Potter e o Cálice de Fogo, o personagem do Chris Tucker em O quinto elemento, o próprio Jim Carrey (de novo , por que será ????) em O mentiroso.
Se alguém estiver disposto a contribuir com a lista, aceito sugestões . ..


Sementes da esperança (ou da discórdia)

Os Noruegueses andaram vendendo bacalhau demais para o meu gosto....Ou alguém encontre alguma explicação para a última empreitada viking. Com uma população rica, com a qualidade de vida mais elevada do mundo, terceiro maior exportador de petróleo , um país sem graves problemas administrativos, é da Noruega a iniciativa de criar um cofre de alta segurança medindo quase a metade de um campo de futebol americano (cerca de 45 metros x 24 metros) escavado numa montanha em ilha remota acima do Círculo do Ártico. Cercas, detectores de movimento, portas de aço herméticas, concreto, e claro, os fofos ursos polares que rondam do lado de fora protegem um tesouro: sementes. Sim, sementinhas de todos os tipos que dentro de condições apropriadas germinam e fornecem alimentos para a humanidade há cerca de mais de 10 mil anos, quando supostamente surgiu a agricultura.
Cem países firmaram acordo para a criação deste banco de sementes , milhões e milhões delas, de todos os tipos de alimentos do planeta, iniciativa que vêm sendo chamada de “cofre do juízo final” ou “Arca de Noé das sementes” . Os apelidos se justificam já que a finalidade é assegurar a continuidade das espécies agrícolas e também do ser humano, uma vez que no caso de um asteróide , um cometa , um holocausto nuclear, uma guerra química devastadora ou qualquer outra catástrofe , é para este cofre que iremos correr para garantir o arroz e feijão de todo dia .
A atitude é louvável, e até importante, diria, se pensarmos que essa iniciativa pode salvar certas espécies da probabilidade da extinção. Mas cá entre nós, amigos ruminantes, será que se ocorresse uma catástrofe nuclear , a queda de um asteróide, o fim da camada de ozônio ou o diabo que fosse essas sementes encontrariam ambiente propício para germinarem? Existiria água e solo não contaminado que favorecesse o desenvolvimento de qualquer espécie viva???
Se pensarmos nos absurdos que o homem vem cometendo contra seu próprio habitat, a extração desenfreada , a poluição, o desmatamento, os testes atômicos, o emprego de pesticidas etc e etc será que restará algum ser vivo pluricelular capaz de abrir o tal cofre das sementes ?Só mesmo Ahasverus, condenado a vagar até o fim dos tempos...E se sobrar só ele mesmo, o maior tesouro da terra estará em mãos judias , só para variar....

PS:Antes que alguém me tache de anti-semita, esclareço que isso não foi um comentário maldoso, até porque o sangue de Salim também corre pelas veias bovinas dessa que vos muge....


martedì, giugno 20, 2006

Muitas pinceladas e alguns milhões depois



Não é nenhuma novidade, mas é perturbador saber que há uma infindável lista de artistas que morreram sem ter o devido reconhecimento e que anos, ás vezes séculos depois, se tornam marcos na história, sendo cultuados, imitados, popularizados a exaustão. Desta lista fazem parte nomes de pintores (Rembrandt) escultores (Camille Claudel), músicos (Mozart), escritores (Cervantes), poetas (Rimbaud) que não sobreviveram para colher os louros de suas criações. Obras outrora vistas com desprezo tornam-se objetos de desejo, artigos de luxo de colecionadores, peças de museus renomados. E hoje, ao ler essa notícia, tive mais uma vez a comprovação de que muitos artistas realmente adquirem prestígio e reconhecimento (ao menos financeiro) apenas post mortem.

Um dos meus artistas favoritos é justamente ele, Gustav Klimt, pintor, gravador, grande e exímio desenhista, inventor de inovadores e arrojados projetos de decoração arquitetônica, que no início do século XX, apesar do inegável, maravilhoso e obsceno talento, também não colheu em vida os louros do merecidos. Foi um artista claramente vanguardista, um avant-garde do seu próprio tempo, e como tal, teve a incompreensão geral dos seus contemporâneos. Fez algumas obras por encomenda, mas nada que garantisse muito lucro, já que teve muitas obras criticadas pelos acadêmicos e conservadores de plantão. Isso não ocorreu à toa, uma vez que Klimt colocou em choque o grande público do início do século 20 com sua pintura sutilmente erótica, as vezes não tão sutilmente, diga-se de passagem...

Apaixonado por ruivas, elas foram suas musas inspiradoras, retratos da feminilidade, símbolo e expressão da sensualidade marcante e declarada, expressando sem ressalvas o prazer e a volúpia.Mas não foram as únicas.já que também temos loiras e morenas . Para Klimt, a ótica do mundo, a compreensão dos mistérios da vida tinham uma aparência feminina, assim, vida, morte, prazer, doença, são associadas a figuras femininas.

O pai era um grande artífice que trabalhava no entalhe de ouro e prata, e foi quem transmitiu ao pintor a alma de artista,. A influência do pai é tão grande que pode ser observada em alguns quadros com fortes tonalidades de ouro e prata, um tom metalizado que evoca o oficio do pai e ao mesmo tempo concede a pintura um ar etéreo, uma luminosidade única e inconfundível, diria até que é sua marca registrada, e que funciona com perfeição para construir o erotismo em suas belas mulheres. . Ninguém consegue usar o dourado com aquelas pinceladas precisas, com aquelas tonalidades que vão do amarelo dourado a ocre sem que se distinga onde começa e termina cada traço.

Klimt foi um grande fator de influência no movimento da Art Noveau como da Art Deco, pelo aspecto por excelência decorativo de sua obra. Seus personagens flutuam em suas telas, fluidos como água, leves e etéreos como um sonho, talvez reflexo de um evidente diálogo com o Simbolismo. .O seu estilo original mesclava mosaicos bizantinos e composições geométricas gregas (arcaicas, na verdade), que resultavam em uma textura bastante intrigante, em quebras de continuidade espacial, característica mais peculiar do seu estilo. E em um ano em que um quadro do artista atinge tal valor, ele ganha uma bela homenagem da sétima arte. «Klimt», realizado por Raoul Ruiz e com as interpretações de John Malkovich, Veronica Ferres, Saffron Burrows e Nikolai Kinski estreará agora na Europa e imagino que em breve por aqui. Será uma oportunidade de conferir alguns detalhes biográficos do pintor, do seu processo de criação, da sua conturbada vida privada. Klimt talvez nem sonhasse com o impacto de sua obra com o passar dos séculos. Escreveu sem querer seu nome naquela tal lista e com letras diafanamente douradas.... Ainda bem que não somos seus contemporâneos e podemos apreciar com coloridos olhos benevolentes todo o talento das suas pinceladas fluídas, mágicas, resplandecentes...




venerdì, giugno 16, 2006

Brasil , mostra a tua cara


Como toda mucca que se preze, eu adoro campos verdinhos, a relva verdinha refletindo a luz do sol, o cheiro da grama e terra molhada .Lembranças bucólicas em uma quarta pré-feriado. Mas é claro que elas são impulsionadas pelo assunto do momento : Copa do mundo. Sim, toda a atenção está voltada para os verdes campos e os 22 ruminantes obcecados por um esférico objeto de desejo: a bola. Mesmo querendo, acho que nem um autista consegue ficar indiferente a comoção nacional em torno da copa. Não há como , já que o verde e o amarelo (e as malditas cornetas , surdos , tambores . apitos, buzinas) se proliferam por todos os cantos.
O país concentra todas as suas atenções e energia no campeonato, e nem querendo vc consegue escapar da rede (do gol, no caso) , Tudo pára antes , durante e até mesmo depois dos 90 minutos de jogo . Como mucca, acho isso extremamente contraproducente, mas não posso dizer que não dou meus mugidos durante o jogo. Mas a impressão que fica é que o futebol se torna a tônica de tudo, uma espécie de panacéia, que cura todos os males nacionais : violência, corrupção, desemprego etc e etc, como se o bem –estar brasileiro se transferi-se para a ponta das chuteiras. É divertido ? Talvez seja, para milhões de brasileiros sem muitos motivos (além do gol) para gritar de alegria.
E domingo, lá vamos nós de novo...Que meus ouvido ruminantes e minha paciência bovina agüentem...

giovedì, giugno 08, 2006

Vita brevis




Após uma breve pausa , tudo volta ao normal nos pastos de cá. Durante minha usual “folga”, estive na cidade que inspira música , já que lá onde quer que eu vá , sempre lembro de alguma melodia correspondente.... Sim, acho que nenhuma cidade inspirou tantos compositores quanto o Rio de Janeiro. Na seqüência acho que viriam Londres, New York e Paris.
Bom, minha visita foi muito rápida, mas do que havia planejado, mas mesmo assim pude rever pessoas a quem adoro muito. E isso foi muito, muito bom. E pude me sentir viva por alguns instantes, já que venho sofrendo de uma espécie de paralisia diária , que limita minhas reações diante das coisas . É como se a vida passasse diante dos meus ruminantes olhos e eu ficasse ali, atolada , sem uma reação genuinamente minha. È uma espécie de piloto automático, extremamente funcional a ponto de permitir que vc cumpra todas as suas obrigações, mas não permite que vc interaja plenamente com os acontecimentos, já que vc não sente prazer , nem dor , nem nada ....
Pois bem, o mar , o céu, a aura, e sobretudo, as pessoas especiais que habitam aquela terra provaram que eu ainda estou viva . E que eu ainda posso mugir, apesar de tudo....

giovedì, maggio 25, 2006

História para boi dormir IV

Um dos maiores e o mais representativo museu de artes do Brasil está passando por uma grave crise. Para quem não sabe, o MASP tem uma dívida de cerca de R$ 10 milhões, sendo que cerca de 5 milhões são só de fornecimento de energia elétrica. A notícia da bancarrota não é de agora, já que essa situação é fruto de uma sucessão de péssimas diretorias.
E como desgraça pouca não é bobagem, o museu organizou uma esposição do Degas na esperança de atrair o público e arrecadar uma quantia a ser abatida dessa dívida astronômica. Porém, adivinhem só??? A companhia elétrica cortou o fornecimento de energia . Isso é um absurdo , pois o acervo necessita ser mantido sob rigoroso controle de iluminação e temperatura. Para tentar salvar a lavoura, ou melhor ,a exposição, o museu acabou alugando dois gerados , a R$ 7.000 reais ao dia de aluguel...Sendo que o faturamento vem da venda de ingressos, e a grande parte do público paga meia-entrada ( R$ 7,00) , pode-se deduzir que o futuro do museu é negro (literal e metaforicamente falando...) Fico aqui a perguntar para as minhas mosquinhas se isso aconteceria em outro país do mundo .O descaso do nosso governo para com a cultura é notório, e não é de se estranhar que ele não tenha socorrido o museu ainda. O que podemos esperar , talvez , é que o museu realize a primeira exposição de Degas à luz de velas ...Eu, particularmente , cruzo as patinhas para que isso de fato não aconteça ....


martedì, maggio 23, 2006

Porque Nick Cave faz a vida valer à pena

Se há alguma pessoa no mundo que consegue acalentar minha alma e amenizar meu desespero , esse alguém é Nick Cave. Há algo de sutil, doce em sua voz, uma força latente que penetra em meus ouvidos e parece se espalhar pelo meu corpo, revigorando todas as minhas energias.Pena que não pude encontrá-lo quando morou aqui em São Paulo. Caso tivesse o encontrado, acho que apenas olharia para aqueles grandes olhos azuis , para aquele homem enorme (1,88) e diria silenciosamente nada mais, nada menos do que um singelo "Thank you for all your songs" ...
Na minha modesta opinião, ninguém foi capaz de registrar com tamanha maestria todos os nuances da alma humana como Nick Cave. Ele é capaz de criar canções cheias de dor e desespero (I Let Love In) , a mesmo tempo que explora o lado obscuro, soturno e macabro da alma humana (Song Of Joy). Ou então, em momentos de redenção, cria canções tomadas de uma beleza sublime, de um encantamento quase que etéreo (Into my arms). Mas nunca encontramos em nenhuma delas uma resposta. Nenhuma delas se encerra quando terminam os últimos acordes. Elas nos seguem, e flutuam em nossos pensamentos e nos conduzem a uma fronteira onde bem e mal, fé e desespero, amor e desilusão, morte e vida se misturam e se complementam. As canções são humanas, muito humanas , acima de tudo. E é por isso que elas ás vezes metem medo. Ou nos fascinam como uma noite estrelada ...


Então, com a palavra , Mister Nicholas Edward Cave :

"An artist's duty is rather to stay open-minded and in a state where he can receive information and inspiration. You always have to be ready for that little artistic Epiphany."

"I think I have always had a pretty strong creative impulse. And that has probably saved me from abandoning myself completely"


"I'm a believer. I don't go to church. I don't belong to any particular religion, but I do believe in God. I couldn't write what I write about and be creative without a certain form of belief"

"People think I'm a miserable sod but it's only because I get asked such bloody miserable questions"



martedì, aprile 18, 2006

Aviso aos navegantes

Tenho me mantido afastada do meu blog. Além, dos habituais problemas de conexão, em meu último post revelei estar em crise. Bom, ainda estou, mas descobri que a importância da minha era agravada por um problema orgânico: Hipotireoidismo. Se minha vida não estava lá essas coisas , esse fato se deve , em parte a minha doença , que tem entre seus agradáveis sintomas: ·Cansaço ·Depressão ·Adinamia (falta de iniciativa) ,cansaço fácil·Pele seca e fria
Aumento do colesterol
Aumento de peso·Prisão de ventre ·Diminuição da freqüência cardíaca ·Decréscimo da atividade cerebral ·Voz mais grossa como a de um disco em baixa rotação ·Mixedema (inchaço duro) ·Diminuição do apetite ·Sonolência ·Reflexos mais vagarosos ·Intolerância ao frio ·Alterações menstruais e na potência e libido dos homens
Nem preciso dizer que não é nada fácil lidar com todos eles. È uma luta diária para manter meu corpo em atividade. Levo horas para desenvolver atividades básicas como despertar , tomar banho, ler um livro. Meu peso aumentou sendo que não tenho comido muito, e estou com uma evidente “entrada” no meu cabelo , em virtude da queda dos fios . Pior ainda é desenvolver qualquer atividade intelectual. Minha percepção, meu raciocínio não é mais o mesmo. Não pensei que uma simples glandulazinha pudesse ser responsável por manter o bom funcionamento do nosso organismo.
O médico não sabe dizer as causas , mas ainda estou fazendo exames complementares. Tumor foi até o momento descartado, tenho apenas alguns cistos , mas nada sério.
Estou em fase de tratamento e até o presente momento , nada de resposta .Só me resta confiar que terei energia de volta a qualquer momento. Pois a sensação que tenho é que um imenso sanguessuga veio ao meu quarto à noite e sugou todos os meus fluidos....
Àqueles que torcem por mim, peço a compreensão já que já não sou a mesma. Estou lentinha.
E por esses e outros motivos que estou pensando seriamente em voltar para casa....


mercoledì, marzo 15, 2006

Em busca da razão perdida

Como acho que é possível perceber pelos meus últimos posts , esta mucchina aqui encontra-se em crise (ah, é mesmo??? Qual a novidade???).
A velha história de ver todas as perspectivas frustradas e sem muitas vezes encontrar explicações racionais para os fracassos colecionados acabou me levando a um estado de apatia e confusão reinante. (Alguém diria que os fracassos são necessários para o aprimoramento pessoal , que faz a parte da vida , que dias melhores virão blá, blá, blá , mas se alguém me dizer algo 10% semelhante a isso juro que eu chifro !!!!!)
Busco entender o que está acontecendo, o porquê da minha situação atual ser tão desfavorável e ao mesmo tempo, um tanto quanto desmotivada tento lidar com novos e imprevisíveis acontecimentos que possuem conseqüências enigmáticas em minha bovina vida.
E então, nessas minhas constantes tentativas, percebo que o que mais me aborrece é ser uma mucchina sem eira nem beira, em uma condição errática, transitória, que assimilei ao meu cotidiano e que me impede de me organizar e administrar meus conflitos, de dinamizar minha rotina, já que aparentemente tudo é temporário, efêmero. Rumino cá comigo “farei isso quando minha vida tiver assim ou assado”. Resultado: não faço absolutamente nada, esperando a boiada passar e me culpo atormentadamente. Alguém mugiria: “viva o aqui e o agora”. Mas como fazer isso quando esse aqui e esse agora são tão absurdamente duros de encarar tanto quanto touro bravo?
Neste último final de semana fui bombardeada por sugestões, de pessoas que sei que me querem bem, de como modificar minha presente situação. Porém, aceitar alguma dessas sugestões implicaria em renunciar o que tenho (praticamente nada, eu sei) pelo incerto.E eu não acredito na história de que pior do que está não pode ficar.Assim, estou desnorteadinha , precisando fazer algo , mas nem sei ao certo por onde começar.
Na busca de algum alento, já que sou uma mucca de pouca fé , resolvo apelar para genuína literatura de auto-ajuda , ou seja, a filosofia, na busca de alguma gota de sabedoria para o meu cotidiano. Assim, estou lendo “A crise da razão” , uma compilação de textos , com os quais acho que irei me identificar , já que minha razão também está em crise.Porém, estou em um bom caminho , já que segundo Pascal , o último passo da razão é reconhecer a existência de uma infinidade de coisas que a ultrapassam.... E isso , acho que já conheço muito bem...


lunedì, marzo 06, 2006

Se não puder vencê-los , junte-se a eles?!!!


Neste fim-de-semana assisti ao filme “O Senhor das Armas”, já recomendado e comentado pelo meu amigo Rafa.
Um filme interessante, com reflexões e constatações inteligentes, e com uma seqüência que considerei veramente original e fantástica, filmada do ponto – de- vista de um projétil de AK-47 que sai de uma fábrica, percorre tortuosos caminhos e acaba por se alojar na cabeça de uma criança, só mais um alvo anônimo em uma guerra civil qualquer do continente africano. Impactante, sem dúvida.
E como uma coisa leva a outra, fiquei ruminando um pouco após o filme e constatei o quanto o mundo é paradoxal. Sim, pois nada é absolutamente certo e nem errado o tempo todo. Às vezes, em determinadas situações, o que é certo é visto como errado e vice-versa. Aliás, é quase uma tendência mundial você ser praticamente punido ou deixado para trás se seguir aos valores institucionalizados como corretos, claro que esse “correto” varia conforme o ponto de vista do interessado. Se você age de acordo com aquilo que definimos como consciência, com seu senso de humanidade e de dever social o mundo acaba te atropelando com suas exceções, seus jeitinhos, sua hipocrisia, seu abismo que deixa em lados diametralmente apostos teoria e prática. Nós, aqueles que procuramos arduamente agir com dignidade e respeito para com nossos semelhantes sentimos na pele que é tentar ser uma pessoa o tanto quanto possível íntegra . Claro que somos tachados de idiotas, teimosos e até mesmo sonhadores. E olha que derrapamos muitas vezes , erramos tmabém, e nem sempre conseguimos lutar contra toda uma visão deturpada que permeia as organizações, os relacionamentos, as pessoas.Então, só nos resta entregar o jogo aos 45 minutos do segundo tempo, até porque somos humanos e nosso instinto primitivo de sobrevivência nos faz reconhecer que é burrice dar murro em ponta de faca. E então, de opositores passamos a ser coniventes. E essa condição parece ser cada dia mais popularizada, pois a realidade em que vivemos acaba por exigir isso de cada um de nós. O gosto é amargo, é sim. O que não quer dizer que EU seja amarga, LONGE DISSO. O mundo sim é que é muito pouco doce ao meu ver... Afinal, abrir mão de princípios para auto-favorecimento é uma triste escolha que o livre-arbítrio incutiu ao homem.
E o personagem de Nicolas Cage no filme parece saber muito bem disso, já que tinha a consciência de que se abandonasse o tráfico de armas não estaria poupando vidas, mas apenas desocupando uma vaga a ser prontamente preenchida. Isso, sem falar que o próprio governo (nem vou falar aquela besteira demagógica de que deveria servir de exemplo para o povo blábláblá. Historinhas eu deixo para os irmãos Grimm) colabora na manutenção desse comércio, já que as armas chegam às mãos dos inimigos dos inimigos do país. Uma maneira sórdida de solucionar um problema? Talvez, mas depende do ponto-de-vista...
Parece absurdo, mas é a realidade nua, crua e sanguinolenta. È nesse mundo que vivemos, e com esse tipo de coisa, em maior ou menor grau, que temos que conviver diariamente. Isso porque vivemos em uma sociedade organizada, estruturada em torno de regras e leis, mas que na realidade servem apenas para dar uma falsa sensação de ordem, tranqüilidade, harmonia. Sim, cada um de nós sabe que a transgressão da lei ocorre a cada segundo, isso sem falar na transgressão que ocorre dentro da própria lei e até mesmo estimulada por ela.
Para que essa minha ruminação não fique assim, como direi abstrata demais a ponto de vocês pensarem que falo da morte da bezerra partirei para uns exemplos práticos.
Aí vai.
1. Todos sabem que com o Novo Código de Trânsito surgiram os CFCs, os futuros motoristas aprendem como se portar no trânsito de maneira civilizada. Pois bem, as mudanças foram implantadas, obrigando o futuro motorista a fazer um curso teórico e outro prático. Porém, o curso teórico pode ser burlado como o pagamento de uma “taxa adicional” de R$ 170,00. Ok, claro que você não é obrigado a pagar, você pode fazer o curso se quiser. Mas uma coisa que deveria ser séria, já começa a ser deformada. E não pára por aí.
As aulas prática chegam a ser patéticas, ridículas, nem o Ayrton Senna sairia delas sabendo dirigir. Os alunos usam apenas a 1ª e 2ª marchas e sequer enfrentam o trânsito das vias principais. Resultado: despreparo total. Não sei que tipo de “formação” de condutores é essa, já que se você quiser aprender a dirigir você tem que ter a carteira de motorista e pegar um carro particular para saber onde fica a 3ª marcha!!!!! Isso, sem falar em outros detalhes mais escusos, que dos quais você não pode fugir, pois sem eles você simplesmente não obtém a carteira. Se no teórico você tinha uma chance de fugir, no prático essa chance desaparece.
Há o outro lado da moeda também, existem CFCs que seguem as determinações da lei com retidão, porém tornam isso algo extremamente dispendioso economicamente e difícil (missão só para o Ayrton Senna talvez) Conclusão: a lei não só acabou servindo para criar como também para manter uma máquina de fazer dinheiro chamada CFC...
Alguém dirá que o problema não é a lei, mas sim a aplicação dela. Mas alto lá, se há UMA lei, por que existem tantos modos de execução? Resposta: infelizmente, no mundo de hoje a tendência é essa mesmo, o dinheiro facilita as coisas de tal forma que não pagar para adquirir “facilidades” ou para aprimorar habilidades acaba se tornando punição.... Triste , muito triste.
2. Você precisa de um atestado médico. Paga uma consulta de R$ 40,00 reais. O atestado não tem fins ludibriosos, serve apenas para comprovar sua saúde física, constatada através de um simples exame clínico, já que seus hábitos não são prejudiciais à saúde. O médico, sabendo de sua necessidade imediata, aproveita a oportunidade para cobrar uma taxa para a emissão de um atestado da associação de medicina local. Pior, algo legal, dentro na mais clara e normatizada lei estatutária da categoria. Isso, sem falar que, aproveitando-se de uma situação de poder, tal profissional passa a exercer um comportamento abusivo... Conclusão: Quando alguém detém uma posição de poder adquirida através de um conhecimento superior , pode fazer uso legal de sua posição para explorar , ludibriar e abusar do seu semelhante. Até um mecânico faz isso, mandando consertar a “rebimboca da parafuseta”. E esse comportamento já está tão generalizado que você nunca sabe quando alguém está de fato sendo sincero...

3. Você trabalha mais do que o horário permitido por lei. Não ganha hora-extra, adicional noturno e ainda precisa bater cartão-ponto. Detalhe, quando você permanece na empresa além do seu horário, "alguém" bate o seu cartão pontualmente às 18 horas, mesmo que você só venha a sair às 4 da matina. Se você entrar na Justiça, não acontecerá nada ao seu chefe, já que os cartões estão dentro da lei. E o pior, você não pode exigir nada, já que corre o risco de perder seu emprego de anos. Algum otimista dirá: “procure outro emprego”. Digo para esse otimista que a realidade em outras empresas semelhantes não é nada diferente. Seria trocar 6 por meia dúzia...
No momento foram apenas esse exemplos que me ocorreram, aliás, se vocês souberem de mais algum, agradeço a colaboração.


Mas sei que o que não faltam são exemplos de quanto tudo que nos cerca parece sempre estar em uma mão oposta a nossa. Pelo menos eu me sinto assim. E lutar não faz a menor diferença, você acaba sendo engolida, envolvida, enredada nessa teia de egoísmo, senso de oportunismo, corrupção, vilania, hipocrisia, demagogia, e todo o resto que governa as relações entre os seres humanos. Estes, primitivos, muito primitivos ou apenas seguindo sua própria natureza , de serem exatamente o que são , os predadores mais vorazes e auto-destrutivos que já habitaram esse planeta azul?Acho que é por isso que prefiro ficar entre a pacífica sabedoria dos meus colegas ruminantes...

giovedì, febbraio 23, 2006

Encontrando músicas que vc ama


Alguém já ouviu falar no Music Genoma Project? È um grande banco de dados do perfil musical de ouvintes do mundo todo. Para participar, você acessa o site www.pandora.com e cadastra uma rádio com seus artistas favoritos e músicas do coração. Daí, a partir das suas preferências, o banco procura artistas que tenham algo em comum com as músicas ou artistas que vc selecionou, inclusive (imagino eu) em listas de pessoas com gostos semelhantes ao seu. O lema do negócio é encontrar mais músicas de que vc goste. E a seleção é sempre uma surpresa , vc nunca sabe o que virá, já que cada pessoa tem um gosto único. O bom é que a rádio tem um recurso de aprovação ou reprovação. Se vc não gostar do que vier vc só precisa clicar no i don’t like this song. –it’s not what this station should play . Achei bem divertido e interativo e vc acaba descobrindo coisas novas , e o melhor , bem de acordo com o seu gosto musical . Experimentem, e me digam o que acharam...


Tim: viver sem fronteiras (e sem créditos também...)



Cada vez mais eu invejo as pessoas que conseguem se manter alheias a chamada telefonia móvel. Eu, infelizmente, apesar de não ser uma admiradora do celular, preciso concordar com seus defensores , pois realmente ás vezes ele é extremamente útil (se bem que vivíamos relativamente bem sem ele ...). Hoje , é praticamente impossível marcar um encontro sem contar com o auxílio do celular , que serve não só para encontrar a pessoas em uma festa lotada , para transferir a data ou local do ou para comunicar um eventual atraso. Isso, fora todas as outras ferramentas que o celular hoje proporciona como registrar um furo de reportagem com a câmera ou fechar uma transação milionária enquanto espera o check in no aeroporto.
Sim, o celular foi incorporado ao nosso cotidiano assim como a pasta de dente para a higiene pessoal. Você simplesmente não sai de casa sem ele...
Pois bem, meu maior problema não diz respeito àquele aparelhinho que imite aquelas musiquinhas irritantes quando você está nos lugares mais inapropriados. Não, minha birra maior se refere as malditas companhias que administram e monopolizam ( vide o caso da Vivo , única operadora CDMA no mercado). Além de cobrar tarifas absurdas , oferecem planos enganosos apenas para enganar os incautos, vide essa pobre mucchina aqui. Cai no conto do plano Mais 25 da Tim (Te Ilude Mesmo) que dá direito ao um crédito de R$ 25,00 reais após o consumo de uma recarga no mesmo valor.Pois bem, essa mucca aqui nunca recebeu os R$ 25,00 de direito a não ser que tivesse reclamado antes .Isto tudo porque o sistema sempre computa( e bota puta nisso) um gasto de R$ 24,00 , sendo que bloqueiam meu celular dizendo que não tenho mais créditos. Então, como sou uma mucca e toda mucca é paciente , ligo , explico o caso e espero contar com a boa vontade dos atendentes ruminantes da Tim , com o agravante dos funcionários serem cariocas , o que já é um indício de que o atendimento deixará muito a desejar (infelizmente , como já comprovei in loco , o atendimento no Rio é péssimo) Ontem, um rapazinho me atendeu gritando, discutiu comigo o dia em que meus créditos haviam encerrado e ainda ironizou , praticamente me chamando de “imbecil” já que que eu não sabia nem quando usava o meu aparelho!!!! Pensei cá com minhas mosquinhas, pobre do ruminante carioca ! Que profissãozinha mais cretina a dele, ficar ouvindo reclamações e xingamentos o tempo todo . Mais pena senti da mãe dele, coitada , pois mais gente deve ter chamado ela do que eu chamei .....
Enfim, continuo sem receber meus créditos. E me recuso a recarregar meu celular . Quero o que é meu por direito.
O mais decepcionante é que no mês passado entrei com uma queixa na ANATEL, na esperança de que nesse mês tudo ocorreria normalmente. Que nada ! Estou aqui, mastigando um capinzinho, a ver meus créditos por aí...

Com a Tim você realmente vive sem fronteiras , já que usar o celular é sonho e em sonhos tudo é possível ....

mercoledì, febbraio 22, 2006

A escrita mágica de Murakami




Acabei de reler o excelente (e nem preciso dizer recomendado) Caçando Carneiros, do cultuado escritor japonês Haruki Murakami , que é sem sombra de dúvida um dos melhores livros que li nos últimos anos . Se você busca encontrar alguma sensação de estranhamento por se tratar de um livro da cultura oriental, esqueça. Talvez o grande sucesso de Murakami resida justamente no fato de narrar o local, mas com uma visão globalizada, assim, ele obtém uma identificação com leitores do mundo todo Nesse universo impessoal, aparentemente desprovido da identidade cultural japonesa, Murakami conta histórias que ao mesmo tempo só poderiam se passar na terra do sol nascente. Paradoxo? Claro. Mas o que não é paradoxal na atualidade?
Além disso, Murakami tem um estilo único onde consegue reunir uma narrativa envolvente e ao mesmo tempo despreocupada , permeada por um discreto e inteligente senso de humor, que se mistura a um conteúdo reflexivo, muitas vezes de teor existencial , no qual reflete sobre a condição do homem moderno, o indivíduo solitário que habita a grande metrópole capitalista. Solidão, nostalgia, frustrações, sonhos e esperanças destruídos, o nonsense cotidiano, a obscuridade das instituições que administram e controlam as vidas dos cidadãos , as relações superficiais , o ritmo frenético e alienante que afasta cada vez mais as pessoas de sua própria identidade...Tudo isso se mistura a elementos sobrenaturais e à ficção científica .É a dura e fria realidade , mas temperada , uma realidade distendida , surreal talvez. O enredo, envolvente e labiríntico, se concentra na “caça” a um misterioso carneiro visto em uma foto e que ao que tudo indica usa humanos como hospedeiros para fins enigmáticos. E você acompanha essa “caçada” por lugares inóspitos que inclui a busca de um amigo perdido, um homem em pele de carneiro, alívio (ou não) a um velho hospedeiro, reviravoltas nos bastidores políticos e o sumiço de uma pessoa especial. Além é claro, de descobrir que encontrar as respostas nem sempre é a melhor alternativa...
E como uma coisa leva a outra, estou lendo (e quase terminando!) Dance Dance Dance , que é uma espécie de continuação de Caçando Carneiros. A mesma personagem surge três anos depois dos imprevisíveis eventos do livro anterior, dos quais não saiu ileso. Sem rumo, é um bom trabalhador, mas que não vê nenhuma paixão naquilo que faz.Se auto -denomina um limpa-neve cultural. Sua vida é vazia, monótona, sem esperanças e ambições. Em sonhos, repetidamente imagens do passado o perseguem: o hotel, a garota. Então, ele parte em busca de respostas que ele acredita estarem no hotel. Porém, para sua surpresa, o hotel não é mais do que era.
Novas personagens vão surgindo: uma adolescente sensitiva de 13 anos, uma fotógrafa desligada, um ator de sucesso, mas infeliz com sua vida; um poeta maneta, uma garota de programa, uma recepcionista de hotel neurótica .A elas, se junta o homem-carneiro que surge mais uma vez aconselhando a personagem a dançar: “DANCE, DANCE SEM PARAR . O MELHOR QUE PUDER". , mas sem garantias de que isso venha a trazer felicidade...E então, o que afinal ele quis dizer com isso??????
Todas as personagens parecem ligadas através de uma conexão caótica, necessária para que o personagem possa través dela iniciar sua busca e encontrar (ou não) a si mesmo.
Uma curiosidade desse livro é sua técnica narrativa. Parece haver uma espécie de meta texto, quase uma mensagem subliminar , que se dilui no texto através de palavras destacadas em caixa-lata ,que sozinhas aparentemente são sem sentido, mas que conectadas geram um novo texto onde presente, passado e futuro se misturam. Bem interressante, não lembro de ter lido nada que usasse uma técnica semelhante. Uma verdadeira caça -a -palavras para o leitor, que deve encontrar e unir as palavras (e até frases) em caixa-lata formando um novo texto.
E então? Ficaram curiosos?

Aí vão alguns trechinhos:

"Não tinha ânimo para nada. Muitas coisas aconteceram entre o outono e o inverno do ano passado. Divorciei-me. Ela foi embora sem dizer nada. Um amigo morreu em circunstâncias obscuras. Encontrei-me com pessoas esquisitas e vi-me às voltas com incidentes estranhos. Quando tudo passou, fui tomado por uma serenidade profunda e sombria nunca antes sentida. Em meu quarto pairava uma sensação de ausência tão densa que chegava a dar medo. Fiquei enclausurado nesse recinto inerte durante meio ano. Exceto para comprar o mínimo necessário, quase não saía durante o dia. Nas horas vazias do amanhecer, vagava pelas ruas. Quando o movimento começava a aumentar, voltava para o quarto e dormia." (p. 24-25)
"Não tinha nenhuma ambição nem esperança. Apenas ia arrematando sistematicamente, de ponta a ponta, tudo o que aparecia. Para ser franco, até cheguei a pensar se isso não seria uma vida desperdiçada. Mas, se até mesmo o papel e a tinta podiam ser desperdiçados, não havia razão para que eu ficasse me lamentando. Essa foi a conclusão a que cheguei. Nós vivemos numa sociedade altamente capitalista. Nela, o desperdício é a maior das virtudes. Os políticos chamam isso de requinte da demanda doméstica. Eu chamo de desperdício sem sentido. São divergências de pensamento. Apesar delas, a nossa realidade é indiscutivelmente assim. Os incomodados que se retirem para Bangladesh ou para o Sudão." (p. 31)

“Procuro uma casa com comida deliciosa, publico a matéria na revista e apresento-a a todos. Vá aqui. Experimente tal coisa. Mas qual a necessidade de se fazer isso? Não deveriam todos comer o que quisessem? Por que precisam da indicação de alguém até para achar um lugar para comer? Por que necessitam que alguém lhes ensine a escolher o menu? Sabe, as casas apresentadas nessas revistas vão decaindo no serviço e na qualidade à medida que ficam famosas. Isso acontece com oito ou nove entre dez, sabia? É porque se perde o equilíbrio entre oferta e procura. É isso que fazem as pessoas como eu. Cada vez que encontram algum lugar, vão destruindo-o com bastante esmero. Quando acham um branco puro, deixam-no todo sujo. As pessoas chamam isso de informação. A informação sofisticada nada mais é do que passar uma rede por todo o espaço do cotidiano sem deixar escapar nada. Estou cansado disso. Cansado de estar fazendo isso.” (p. 150)

“Aconteceram muitas coisas e surgiram novos personagens. Houve também muitas mudanças de cenário. Até outro dia, eu perambulava pelas ruas de Sapporo em meio à neve, e agora estava ali olhando o céu, deitado numa praia de Honolulu. Isso se chama ‘curso’ da vida. Fui ligando os pontos e tracei essa linha. Foi dançando conforme a música que cheguei até aqui. SERÁ QUE ESTOU DANÇANDO BEM? Comecei a recordar mentalmente todo o percurso dos acontecimentos e verifiquei, uma a uma, todas as minhas atitudes em relação a eles. Achei que não estava tão ruim. Poderia ter sido melhor, mas... Eu agiria da mesma forma se tivesse que passar por tudo novamente. Isso é o que chamamos de sistema. De qualquer modo, meus pés estão se movendo. Mantenho os passos... E agora estou aqui em Honolulu. Hora do intervalo.” (p. 297-298)

giovedì, febbraio 09, 2006

Fortuna Imperatrix Mundi

O Fortuna velut luna statu variabilis,semper crescis aut decrescis; vita detestabilis nunc obdurat et tunc curat , ludo mentis aciem , egestatem , potestatem, dissolvit ut glaciem

Ó Fortuna variável como a lua/sempre cresces ou minguas; vida detestável/hora frustra/ora satisfaz/brincas com os nossos sentidos /a miséria/o poder/ fundem como gelo em ti.


Alguns acontecimentos me fizeram pensar a respeito dela , da fortuna , que eu não entendo como sorte mas sim como destino. O destino nos atropela sem que ao menos o percebamos. Em um momento, vc poder estar bem, alegre , trabalhando, namorando , estudando e no outro, contrair uma doença desconhecida que deixa seqüelas que dificultam locomoção e fala , e num instante , perder casa , namorado, independência , como o que ocorreu com uma amiga que revi na semana passada . A fortuna se abateu sobre ela impiedosamente.
De repente, vc está vivendo sua vida ,triste e preocupada por saber que sua mãe tem uma doença complicada, mas que até então ela administrara relativamente bem, quando, rapidamente , em questão de três dias ela se vai para todo o sempre, como o que ocorreu com minha colega de serviço hoje pela manhã. È a fortuna girando sua roda rota tu volubilis status malus.
E então a roda também gira para vc e ela se manifesta através da notícia desesperada que sua avó falecera às três da manhã . E como diz a música quod per sortem sternit fortem/mecum omnes plangite (pois que a sorte esmaga o forte/chorai todos comigo)


Hoje é festa lá ....no motel???!!!



Sim, parece bizarro , mas eu fui a uma festa em um motel com mais de 150 convidados. Antes que alguém fique pensando besteira e rumine : “O que? ! Ela participou de uma suruba coletiva” , quero esclarecer desde já que foi um festa família , com pais presentes e tudo... A tal festa se tratava da comemoração dos dez anos de uma banda cover dos Beatles da qual um colega de serviço (gente finíssima ) é guitarrista.Parece inusitado, mas a festa aconteceu em uma suíte de motel projetada exclusivamente para festas (acho difícil alguém alugar uma suíte dessas só para um fuck-fuck básico, e cá entre nós, mais de dois o motel cobra a tarifa de festa... ) , já que o local suporta um público de até 350 pessoas e conta com quatro andares, dois bares, pista de dança,palco para shows, sala de jogos, máquina de pinball e fliperama, piscina com toboágua (é assim que se escreve???), mesa de bilhar, cama elástica , banheira e duas suítes com colchão d’água e banheira de hidromassagem. Traduzindo: o lugar perfeito para uma festa daquelas !!!
Voltando ao relato da festa, bom, como disse foi uma festa família, bem tranqüila, me diverti muito com a banda (superirreverente), que contou , inclusive , com uma participação pra lá de especial o Nasi ,( vulgo Wolverine) do Ira, que lá pelas duas da matina entoou um Twist and Shout para fechar o show com chave de ouro.
Valeu só pelo local inusitado e pela oportunidade de ver um dinossauro do rock paulista se divertindo com amigos em uma versão non sense de La bamba!
Para aqueles que quiserem agendar uma festinha , sugiro dar uma olhadinha. Se eu tivesse grana e amigos suficientes , levaria todo mundo para o motel comigo. No bom sentido, claro....

giovedì, gennaio 26, 2006

2046: Os segredos do amor

Everyone who goes to 2046 has the same intent.To recapture their lost memories.Because in 2046, nothing ever changes.Nobody can be sure that this is true.Everyone who goes to 2046 has the same intent.To recapture their lost memories.Because in 2046, nothing ever changes.Nobody can be sure that this is true. Because nobody who goes there ..... has ever come back. Except for me. Because I do need to change...

(2046 – Os Segredos do Amor) (este é o site oficial, vale dar uma olhadinha)


2046. Ao mesmo tempo uma referência no tempo, no espaço, na memória. Ou apenas uma história de ficção –científica. Ou talvez seja tudo, isso, ou talvez aquele “nada indescritível” , a sensação de vazio que nos persegue entre um relacionamento e outro. Ou quem sabe, não seja nada disso, mas apenas mais um detalhe interessante de um filme de visual retrô, fotografia belíssima , figurino de encher os olhos e uma trilha sonora recheada de boleros para deixar rolar nos dias de recuerdo ....
Para mim, 2046 é um dos filmes da minha cinemateca, que repousa em uma das diminutas prateleiras que ficam entre o cérebro e o coração, posição privilegiada, já que não é qualquer filme que merece ficar ali, em uma área tão especial. Filmes nas prateleiras do coração, tenho muitos, na do cérebro, uma infinidade a mais. Mas as prateleiras entre essas duas “salinhas”, ah, essas são muito especiais.
Depois de assistir ao filme na quarta-feira, acompanhada de uma colega e em um cinema muito cult, compreendi porque queria tanto vê-lo , apesar de saber muito, mas muito pouco sobre ele. Mesmo assim, tinha virado quase uma obsessão, eu precisava vê-lo , mesmo que desinformada , pois algo dentro de minha matéria bovina (ou fora dela) , me mugia bons presságios.
E os presságios estavam certos. Há um bom tempo que eu não assistia a um filme que mexesse tanto comigo, de um modo tão intenso, tão marcante.
Talvez porque trate de relacionamentos, daquela sensação de que buscamos sempre o mesmo, incessantemente, ou que não conseguimos deixar as lembranças para trás, de fato.
Tony Leung Chiu-wai é um jornalista/escritor , marcado pelo nº 2046 , sendo o nº do quarto do hotel onde ficou com a amante, o quarto onde morreu outra amante e o quarto que ele ocupa e do qual não consegue se afastar (não indo além do 2047) . 2046 também é uma história criada por ele, onde um trem leva as pessoas para encontrar suas memórias perdidas, das quais elas jamais conseguem se libertar.
Na tela, entre boleros, se misturam blade runner e um visual anos 60, com unhas e batons vermelho- vivo , cheongmais (vestidos tradicionais chineses) ricamente bordados, salto agulha e cabarés, Japão e China . E o clima melancólico da memória de Chow, não linear, como todo o esforço de recordar, se reconstitui aos poucos, deixando ao espectador o reconhecimento, a catarse, o deleite, o amargo na boca, o aperto no coração. (E o efeito se prolonga pós-cinema também...)
O filme deixa em aberto várias questões, mas fiquei martelando comigo uma certeza: não quero ficar presa em 2046 o resto da minha vida , já que , de acordo com o personagem Chow “o amor é uma questão de timing : de nada vale encontrar a pessoa certa muito cedo ou muito tarde”. Mas , segundo ele mesmo, “você não pode deixar 2046, tudo o que pode fazer é esperar que deixe você” , e todas as “lembranças/memórias são vestígios de lágrimas”. Enfim, ninguém disse que seria fácil.

Não tenho muito mais a ruminar , deixo com vc, vá ao cinema, assista ao filme , e guarde em sua memória, ou quem sabe nas prateleirinhas especiais da sua cinemateca pessoal...




lunedì, gennaio 23, 2006

Primeiros Mugidos de 2006

Este é o primeiro post do ano de 2006. Não que eu tenha abandonado o blog ou aos 2 leitores dele. Mas sim porque me tornei um excluída digital total . Sim, sem nem ao menos poder contar com um pc amigo de um amigo (ou inimigo) para postar meia dúzia de ruminações pós-ano –novísticas. Alguém, dirá, “sim, mas se vc realmente quisesse, vc poderia arrumar um pc por dois minutos e postar” Sim, claro, isso SE EU QUISESSE. E eu não quis, confesso, não tinha nada a dizer, nem ruminar, nem mugir. Não tinha nada nos meus quatro estômagos para ser ruminado, estava vazia, foi tempo de vacas magras e pastos secos.
Mas também foi o tempo de uma viagem a um pedaço do paraíso que é esse nosso país. Vi lugares lindos, paradisíacos mesmo, sem tirar nem pôr. Foi rápido, rápido , mas ainda tenho gravada na minha retina o azul do mar e na couro, o calor do sol. Foi um bom começo de ano, sem sombra de dúvida.
No mas, apenas a vida ordinária e pastoril de sempre , sobrevivendo em meio a boiada. Mugidos a todos .