giovedì, maggio 25, 2006

História para boi dormir IV

Um dos maiores e o mais representativo museu de artes do Brasil está passando por uma grave crise. Para quem não sabe, o MASP tem uma dívida de cerca de R$ 10 milhões, sendo que cerca de 5 milhões são só de fornecimento de energia elétrica. A notícia da bancarrota não é de agora, já que essa situação é fruto de uma sucessão de péssimas diretorias.
E como desgraça pouca não é bobagem, o museu organizou uma esposição do Degas na esperança de atrair o público e arrecadar uma quantia a ser abatida dessa dívida astronômica. Porém, adivinhem só??? A companhia elétrica cortou o fornecimento de energia . Isso é um absurdo , pois o acervo necessita ser mantido sob rigoroso controle de iluminação e temperatura. Para tentar salvar a lavoura, ou melhor ,a exposição, o museu acabou alugando dois gerados , a R$ 7.000 reais ao dia de aluguel...Sendo que o faturamento vem da venda de ingressos, e a grande parte do público paga meia-entrada ( R$ 7,00) , pode-se deduzir que o futuro do museu é negro (literal e metaforicamente falando...) Fico aqui a perguntar para as minhas mosquinhas se isso aconteceria em outro país do mundo .O descaso do nosso governo para com a cultura é notório, e não é de se estranhar que ele não tenha socorrido o museu ainda. O que podemos esperar , talvez , é que o museu realize a primeira exposição de Degas à luz de velas ...Eu, particularmente , cruzo as patinhas para que isso de fato não aconteça ....


martedì, maggio 23, 2006

Porque Nick Cave faz a vida valer à pena

Se há alguma pessoa no mundo que consegue acalentar minha alma e amenizar meu desespero , esse alguém é Nick Cave. Há algo de sutil, doce em sua voz, uma força latente que penetra em meus ouvidos e parece se espalhar pelo meu corpo, revigorando todas as minhas energias.Pena que não pude encontrá-lo quando morou aqui em São Paulo. Caso tivesse o encontrado, acho que apenas olharia para aqueles grandes olhos azuis , para aquele homem enorme (1,88) e diria silenciosamente nada mais, nada menos do que um singelo "Thank you for all your songs" ...
Na minha modesta opinião, ninguém foi capaz de registrar com tamanha maestria todos os nuances da alma humana como Nick Cave. Ele é capaz de criar canções cheias de dor e desespero (I Let Love In) , a mesmo tempo que explora o lado obscuro, soturno e macabro da alma humana (Song Of Joy). Ou então, em momentos de redenção, cria canções tomadas de uma beleza sublime, de um encantamento quase que etéreo (Into my arms). Mas nunca encontramos em nenhuma delas uma resposta. Nenhuma delas se encerra quando terminam os últimos acordes. Elas nos seguem, e flutuam em nossos pensamentos e nos conduzem a uma fronteira onde bem e mal, fé e desespero, amor e desilusão, morte e vida se misturam e se complementam. As canções são humanas, muito humanas , acima de tudo. E é por isso que elas ás vezes metem medo. Ou nos fascinam como uma noite estrelada ...


Então, com a palavra , Mister Nicholas Edward Cave :

"An artist's duty is rather to stay open-minded and in a state where he can receive information and inspiration. You always have to be ready for that little artistic Epiphany."

"I think I have always had a pretty strong creative impulse. And that has probably saved me from abandoning myself completely"


"I'm a believer. I don't go to church. I don't belong to any particular religion, but I do believe in God. I couldn't write what I write about and be creative without a certain form of belief"

"People think I'm a miserable sod but it's only because I get asked such bloody miserable questions"