giovedì, gennaio 26, 2006

2046: Os segredos do amor

Everyone who goes to 2046 has the same intent.To recapture their lost memories.Because in 2046, nothing ever changes.Nobody can be sure that this is true.Everyone who goes to 2046 has the same intent.To recapture their lost memories.Because in 2046, nothing ever changes.Nobody can be sure that this is true. Because nobody who goes there ..... has ever come back. Except for me. Because I do need to change...

(2046 – Os Segredos do Amor) (este é o site oficial, vale dar uma olhadinha)


2046. Ao mesmo tempo uma referência no tempo, no espaço, na memória. Ou apenas uma história de ficção –científica. Ou talvez seja tudo, isso, ou talvez aquele “nada indescritível” , a sensação de vazio que nos persegue entre um relacionamento e outro. Ou quem sabe, não seja nada disso, mas apenas mais um detalhe interessante de um filme de visual retrô, fotografia belíssima , figurino de encher os olhos e uma trilha sonora recheada de boleros para deixar rolar nos dias de recuerdo ....
Para mim, 2046 é um dos filmes da minha cinemateca, que repousa em uma das diminutas prateleiras que ficam entre o cérebro e o coração, posição privilegiada, já que não é qualquer filme que merece ficar ali, em uma área tão especial. Filmes nas prateleiras do coração, tenho muitos, na do cérebro, uma infinidade a mais. Mas as prateleiras entre essas duas “salinhas”, ah, essas são muito especiais.
Depois de assistir ao filme na quarta-feira, acompanhada de uma colega e em um cinema muito cult, compreendi porque queria tanto vê-lo , apesar de saber muito, mas muito pouco sobre ele. Mesmo assim, tinha virado quase uma obsessão, eu precisava vê-lo , mesmo que desinformada , pois algo dentro de minha matéria bovina (ou fora dela) , me mugia bons presságios.
E os presságios estavam certos. Há um bom tempo que eu não assistia a um filme que mexesse tanto comigo, de um modo tão intenso, tão marcante.
Talvez porque trate de relacionamentos, daquela sensação de que buscamos sempre o mesmo, incessantemente, ou que não conseguimos deixar as lembranças para trás, de fato.
Tony Leung Chiu-wai é um jornalista/escritor , marcado pelo nº 2046 , sendo o nº do quarto do hotel onde ficou com a amante, o quarto onde morreu outra amante e o quarto que ele ocupa e do qual não consegue se afastar (não indo além do 2047) . 2046 também é uma história criada por ele, onde um trem leva as pessoas para encontrar suas memórias perdidas, das quais elas jamais conseguem se libertar.
Na tela, entre boleros, se misturam blade runner e um visual anos 60, com unhas e batons vermelho- vivo , cheongmais (vestidos tradicionais chineses) ricamente bordados, salto agulha e cabarés, Japão e China . E o clima melancólico da memória de Chow, não linear, como todo o esforço de recordar, se reconstitui aos poucos, deixando ao espectador o reconhecimento, a catarse, o deleite, o amargo na boca, o aperto no coração. (E o efeito se prolonga pós-cinema também...)
O filme deixa em aberto várias questões, mas fiquei martelando comigo uma certeza: não quero ficar presa em 2046 o resto da minha vida , já que , de acordo com o personagem Chow “o amor é uma questão de timing : de nada vale encontrar a pessoa certa muito cedo ou muito tarde”. Mas , segundo ele mesmo, “você não pode deixar 2046, tudo o que pode fazer é esperar que deixe você” , e todas as “lembranças/memórias são vestígios de lágrimas”. Enfim, ninguém disse que seria fácil.

Não tenho muito mais a ruminar , deixo com vc, vá ao cinema, assista ao filme , e guarde em sua memória, ou quem sabe nas prateleirinhas especiais da sua cinemateca pessoal...




lunedì, gennaio 23, 2006

Primeiros Mugidos de 2006

Este é o primeiro post do ano de 2006. Não que eu tenha abandonado o blog ou aos 2 leitores dele. Mas sim porque me tornei um excluída digital total . Sim, sem nem ao menos poder contar com um pc amigo de um amigo (ou inimigo) para postar meia dúzia de ruminações pós-ano –novísticas. Alguém, dirá, “sim, mas se vc realmente quisesse, vc poderia arrumar um pc por dois minutos e postar” Sim, claro, isso SE EU QUISESSE. E eu não quis, confesso, não tinha nada a dizer, nem ruminar, nem mugir. Não tinha nada nos meus quatro estômagos para ser ruminado, estava vazia, foi tempo de vacas magras e pastos secos.
Mas também foi o tempo de uma viagem a um pedaço do paraíso que é esse nosso país. Vi lugares lindos, paradisíacos mesmo, sem tirar nem pôr. Foi rápido, rápido , mas ainda tenho gravada na minha retina o azul do mar e na couro, o calor do sol. Foi um bom começo de ano, sem sombra de dúvida.
No mas, apenas a vida ordinária e pastoril de sempre , sobrevivendo em meio a boiada. Mugidos a todos .