mercoledì, dicembre 24, 2008

Natal :nascimento e morte


Este será o primeiro Natal em que ele não estará presente.
Vamos nos reunir como fazemos todos os anos, todos (com exceção de um tio cuja presença não fará falta), tentando dar continuidade a uma tradição da qual ele era uma das figuras principais.
Contaremos as mesmas piadas de sempre, as mesmas histórias engraçadas e os mesmos micos familiares. Comeremos uma deliciosa ceia, beberemos uma cervejinha amiga, trocaremos presentes após convencer a minha prima a cumprir sua função “Noel” e assim passaremos a noite. Mais um Natal, apenas mais um Natal.
Mas cada um de nós, silenciosamente, sentirá a sua falta. Lembrará dele em algum momento, mesmo que por poucos segundos para evitar aquele brilho incômodo no olhar. Procurará inconscientemente sua imagem serena, seu sorriso mimoso, sentada na mesma cadeira de sempre, com as perninhas magrinhas cruzadas e um dos pés (quase sempre o direito) balançando num compasso desconhecido que só ele dominava.
Talvez até haja algum envelope embaixo da árvore, mas nossos nomes não estarão escritos naquela letra rebuscada, antiga, que evocava a nostalgia de tempos outrora grandiosos, como se fosse o registro de documentos seculares.
Sei que ele não estará lá e mesmo assim, por incrível que pareça, não estou triste nem melancólica.
Tive o melhor presente do mundo não apenas no Natal, mas durante toda a minha vida. E ele não veio embrulhado em papel colorido, em uma caixa gigantesca ou em um envelope branco. Veio nas mãos, nos olhos, nos lábios, na voz, no cheiro do meu avô. Aprendi o que é o amor com a melhor pessoa do mundo. Recebi silenciosas lições que foram indispensáveis para fazer de mim o que sou hoje.
E tudo isto é um presente mais do que suficiente para fazer deste e de todos os outros Natais uma noite mágica, em que o brilho das estrelas se faz ainda mais visível na escuridão e o calor gostoso de um abraço é capaz de curar qualquer tristeza, saudade ou desilusão.

Nesta noite, uma noite de contrastes , em que inevitavelmente minha família lembrará da morte de alguém especial, que marcou profundamente as nossas vidas, possamos também celebrar o nascimento de um certo menino que revolucionou o mundo e assim como meu avô, nos deixou um legado de paz, amor, caridade, harmonia , tolerância e respeito.

Que os presentes desta noite não sejam palpáveis, mas feitos de uma névoa densa que povoa os mais lindos e secretos sonhos.
Que a fartura da mesa possa ser compartilhada na forma de alegria, sorrisos e solidariedade com o resto do mundo.
Que o brilho e as luzes saíam das árvores e iluminem as nossas almas.
Que o maior , mais bonito e colorido pacote seja a vida, contendo inúmeras e fantásticas surpresas...

Feliz Natal , amigos bovinos!
Vamos mugir todos uma mesma canção natalina. Para ouví-la, usem o coração...



mercoledì, dicembre 17, 2008

Hóspedes do barulho


O fim do ano me trouxe duas hóspedes peludas. Cada uma delas com um temperamento bem diferente. Uma, mais tímida, reservada, daquele tipo que não quer dar trabalho e fica quietinha, no seu cantinho. A outra, por sua vez, é bem agitada, gosta de animação e tá sempre esbanjando um pique incrível (enquanto escrevo, ela corre atrás de uma bolinha....).
É estranho, mas a presença delas não alterou praticamente nada na minha rotina. Claro, tenho dois seres vivos bem mais interativos do que meus tradicionais peixinhos, porém, com exceção dos pêlos pela casa e nas minhas roupas,ninguém diria que estou bancando a catsitter ...



lunedì, dicembre 08, 2008

Ho-Ho-Ho. O Espírito de Porco chegou...



E já estamos em dezembro, amigos bovinos. Está dada a largada para o período mais estressante do ano com direito a estouros de boiada em supermercados, shoppings e assemelhados...
E o que se percebe não é a presença do espírito natalino, mas sim o de porco, que não há crise mundial que detenha. Assim como Papai –Noel de shopping, ele trabalha apenas uma vez por ano, sem parar durante todo o mês de dezembro e ao contrário dos velinhos, preso a uma fileira de crianças, o espírito de porco está à solta por aí, aprontando mais uma das suas, sem distinção de vítimas.
Ele não faz distinção entre bovinos de alta qualidade, aqueles que têm tratamento vip com direito a ar condicionado, massagista, ração importada etc etc , e bovinos rústicos , criados soltos no campo, a deus dará, e os ataca da mesma maneira , compelindo-os a gastar somas consideráveis de dinheiro em itens de consumo rápido e de origem duvidosa, como brusters e chesters, animais que nunca foram vistos vivos , mas que são devorados sem contestação graças ao espírito de porco. Grandes somas também são destinadas a compra de presentes que com certeza serão trocados ou passados adiante ou então para um amigo , que se fosse seu amigo não precisava ser secreto... Por falar em amigo, o espírito de porco parece possuir os seus, que resolvem abarrotar sua caixa de e-mail, como se vc não tivesse mais nada para fazer, de impessoais mensagens natalinas , mandadas para toda a lista de contatos, fazendo com que vc passe o dia em um recorrente déjávu. Isso sem falar que este maléfico espírito faz com que sua lista de relações aumente temporária e consideravelmente, incluindo nela porteiro, carteiro,entregador de gás,lixeiro, faxineira e outras pessoas com as quais você trocava breves mugidos de saudação, uma verdadeira horda sob influência maligna que resolvem obrigá-lo de livre e espancada vontade a participar das meigas caixinhas ou a deixar presentinhos com mensagens cretinas , fazendo-o sentir a mesma emoção de quando toma a vacina para febre aftosa....
Ah, esta entidade não poupa nem a sua família, que resolve reunir no mesmo curral bois que não se chifram (sim, já que não temos bicos), fingindo forçosamente um clima de amabilidade que espanta até as moscas. Ou então você vai ter que aturar parentes chatos, e na pior das hipóteses, a falta deles. Sim, pois o bovino solitário é sem dúvida a vítima favorita. Nunca a solidão pesa tanto como nesta época, em que o espírito de porco amplia o som e os aromas vindos das outras casas e espalha coisas coloridas e brilhantes por aí, despertando lembranças de coisas que ele nunca mais terá de novo.
Fora as musiquinhas , os filmes , as propagandas , as luzes , que não o deixam esquecer por um só minuto em que época do ano estamos.
Ao que tudo indica, o espírito de porco também parece se satisfazer ao tirar do sério até as almas mais serenas e para tanto, provoca um considerável aumento das filas, do tempo de espera, dos preços, da falta de dinheiro nos caixas-eletrônicos, de congestionamentos, de assaltos, de pessoas, de calor, deixando pobres muccas como eu perdidas em meio a irritação, impaciência, frustração e tolerância zero que invade as ruas nesta época.
E como enfrentar tudo isso? Elementar, bovino amigo : prepare os seus usuais rituais de exorcismo de final de ano e mantenha o espírito de porco bem longe . Mas caso esse conselho tenha chegado tarde demais e vc já esteja possuído, não se preocupe. Sua possessão está com os dias contados. Ah, mas ano que vem tem mais ....de novo.(Ih, acho que estou com espírito de porco...hehehe)


sabato, novembre 22, 2008

Opinião Produtora produzindo das suas de novo



Em uma ano marcado pelas intensas atrações musicais inéditas em nossa cidade (e o que deixou essa bovina particularmente feliz, pois finalmente parece que estes pastos sulistas entraram no calendário oficial das turnês) a Opinião Produtora resolve aprontar mais uma das suas ...
Assim, no mas , faltando exatamente uma semana para o espetáculo, cancelaram o show do Duran Duran , que comemora neste ano 30 anos de carreira.
O motivo , o mesmo alegado quando do cancelamento do show do Nine Inch Nails: baixa venda de ingressos.
Uma grandíssima sacanagem com o rebanho, condicionar a realização de um show a venda das entradas. Ou seja: contratam uma banda sem ter o suporte para bancá-la?? Como assim??? Como diz o Gabriel Brust é inadmissível transpor "a lógica de uma vaquinha para um meio tão profissional como esse" Traduzindo: vamos todos depositar nossa moedinha no cofrinho da produtora e daí assim (e só assim) ela traz sua banda favorita...hahaha Faz-me rir para não chorar, Batman!
Aleguem problemas técnicos , questões pessoais, músico que não quer tocar no paralelo 30º porque dá azar (o Kleiton e Kledir não se importam), enfim, desculpas é o que não faltam...
A partir do momento que o show é divulgado e um único ingresso, que seja, é vendido ele deveria ocorrer , por uma questão de compromisso público, de respeito.
A produtora alega que não teria como arcar com os prejuízos de shows como esses, considerados de grande porte, mas aqueles que já haviam garantido os seus ingressos, que já haviam organizado excursões para Porto Alegre (sim, bandas costumam ter fãs, até onde eu sei...) como é que ficam?
Ao invés de procurar dar desculpas, que sabemos não fazer qualquer diferença, já que quebras de expectativas dificilmente têm consolo, por que a produtora não busca avaliar os motivos da baixa vendagem e refletir a respeito de suas causas?
Cá entre nós, amigos bovinos, o ingresso não é assim muito acessível em tempos de vacas magras, final de ano, crise mundial e o apocalipse que se aproxima... Pelo alto valor dos ingressos, por que não fazer o show no próprio Opinião então? Ok, são bandas de "grande porte", mas várias bandas de renome contentaram-se com o Opinião mesmo!!! Talvez se houvesse uma pesquisa prévia antes do agendamento, teria algum modo de se obter alguma estimativa quanto à procura por ingressos,sendo , de alguma forma, possível prever qual o espaço mais adequado para determinado show...

Além disso, a parca divulgação com certeza não ajudou na vendagem. Ao contrário do R.E.M., que teoricamente não necessitaria de uma mega-campanha e teve direito a chamadas na tv, rádio , jornais, outdoor, mensagens em código morse e sinais de fumaça , o show do Duran Duran teve uma divulgação bem, bem mais discreta. . Como vender ingressos sem anunciar amplamente o evento? E o discurso de que “ a produtora banca seus shows sozinhas pois não tem apoio de empresas” não justifica uma atitude como essa. Eventos muito menores conseguem obter patrocínio ,ínfimo que seja. Se houvesse alguma boa vontade, de fato, em captar recursos e firmar parcerias tenho certeza que a produtora contaria com alguns apoiadores. E vem cá, a própria Pepsico, “dona do espaço” onde ocorreria o show não dá realmente nenhum apoio????

Pois é , a nós, ruminantes sulistas, resta ficar batendo os cascos e mugindo, decepcionados diante de tamanha sacanagem .E acompanhar com um gostinho de pasto amargo, matérias como essa : Trinta anos se passaram em duas horas no show que o Duran Duran fez nesta sexta-feira (21), pós-feriado em São Paulo, para 4.000 pessoas no Via Funchal.


domenica, novembre 09, 2008

Compromisso público



Atualmente, duas coisas têm marcado este blog. A pouquíssima assiduidade de quem vos escreve e a baixa qualidade dos textos, feitos sem a menor boa vontade e inspiração. Porém, caros e bovinos amigos, prometo que voltarei a ruminar e mugir como antes. Assumo este compromisso público, já que apenas assim serei capaz de abandonar meu estábulo, esticar as patinhas, balançar o rabinho, espantar as moscas que me rondam sem parar e dar uma pastada pelos verdejantes gramados virtuais.
Após uma breve pausa de uma semana em virtude de uma providencial viagem, este blog voltará a ter textos com uma maior freqüência. Palavra de mucca, ainda que pazza...



lunedì, settembre 29, 2008

Vicky, Cristina , Barcelona e ...Javier



O que esperar de um filme dirigido por Woody Allen e que tem no elenco nomes com Javier Barden, Penélope Cruz, Rebecca Hall Scarlett Johanson e a maravilhosa (eu preciso voltar lá) Barcelona como cenário e uma história que orbita um triângulo amoroso (que na verdade é um quadrado) doentio, em que um homem (e que homem, Dios mio!!!) sai jogando charme e passando o rodo sem dó nem piedade??? E nós,as mulheres , em férias, infelizes e em busca de emoção ou as descontroladas e maníacas, que sempre saem perdendo, de uma forma ou de outra, nesse jogo de sedução?? Bom, a história é mais ou menos isso, pelo que pude deduzir do trailer Vicky Cristina Barcelona Aguardemos a estréia no Brasil, ainda sem data definida.
Por enquanto, bovinos amigos, fiquemos com a beleza loira da Scarlett e o charme latino de Javier Baben (e não Barden)




Começando do fim



Embora o ano esteja praticamente acabando ainda estou com a sensação de que o meu nem bem começou...Bom, tenho fortes pressentimentos de que esse meu ano, que não obedece calendário algum, terá tudo para ser frutífero. Pela primeira vez, estou percebendo, emocional e racionalmente, o quanto é importante uma mudança de foco. Darei início a um grande projeto: cuidar de mim, acima de tudo e todos. E este, sem sombra de dúvida, é um grande empreendimento.


mercoledì, settembre 10, 2008

Cinema Nacional

Coincidentemente, os últimos dois filmes que assisti eram nacionais. O saldo só poderia ser positivo, afinal, os roteiristas descobriram que não é apenas favela no Rio e a guerra do tráfico, retirantes e pobreza nordestina que resultam em bons filmes e prêmios. Linha de Passe, além de ser indicado para o prêmio de melhor filme, levou o de melhor atriz pela atuação de Sandra Corveloni no festival de Cannes.
O filme narra a história de uma família da periferia da Zona Leste de Sampa, que como muitas é desestruturada e vai se virando conforme a maré, sem grandes ambições . Os filhos de Cleuza , a faxineira “pai e mãe” , mais uma vez grávida e mais uma vez sozinha, representam cada um deles uma parcela da população marginalizada. Assim, há o jogador de futebol que passa de peneira em peneira pela periferia, o “novo evangélico” salvo por Jesus , o motoboy , pai sem compromisso algum, que flerta com a marginalidade, e o moleque malandro e revoltado que sofre por não conhecer o pai.
A história parece perder um pouco o fôlego, como se nada ou quase nada mudasse, mas a lentidão é mais do que proposital. Por mais que eles lutem e tentem tomar um outro rumo, permanecem presos as seus destinos,trocando passes, sabe-se lá por 45 ou 90 minutos, em um partida onde o placar nunca se altera ou quase nunca é favorável ao time da casa. O negócio é manter a bola em jogo, sempre...
Sem pretensão nenhuma, pode ser uma boa pedida para uma tarde regada a pipoca na falta de uma opção mais atraente. Quem gosta do Walter Sales de Central do Brasil com certeza irá gostar do filme. Aliás, a interpretação do menino Kaíque Jesus Santos, o caçula Reginaldo, rouba a cena e produz belas risadas. Ele encarnou o moleque marrentinho de periferia , cheio da malandragem e que busca auto-afirmação a qualquer preço.

O outro filme também se passa em Sampa, mas bem longe da periferia. Aqui o cenário são os arredores da Paulista , incluindo a Vila Madalena. A São Paulo fashion e descolada, da galeria Ouro Fino, do Madame Satã , que de barzinho em barzinho exporta tendências e atitudes.Um mundinho de gente in, de papos cool...hehehe
Mesmo que a pesonagem tenha pouca grana ela está longe, muito longe da periferia. Na verdade, é só mais uma filha da classe média sonhando viver como seus ídolos beatniks, idealizando o seu grito de liberdade através da escrita. E arrebatada por ela escreve sem parar e vive sem parar , entregando-se a toda e qualquer experiência , fictícia ou não. Estou falando de Nome Próprio, baseado nos escritos de Clarah Averbuck , mas que como adaptação, na minha ruminante opninião deixou a desejar. Resumindo, o filme tinha muita Leandra Leal , ótima, dando um show de interpretação, mas pouca, ou quase nenhuma Clarah. Daí eu entendi porque ela reforçava ( e muito) a questão de que não tinha absolutamente nada a ver com o filme. Não que o longa não seja bom, ele é , bem feito, bem dirigido, bem produzido, excelente até, graças a maestria de Leandra e do resto do elenco, que resultou em algumas cenas ótimas, que por si só valem o ingresso como a conversa das duas amigas no bar, a masturbação do nerd e o cantada do menino de Ribeirão.
Ainda em cartaz, para quem quiser conferir...

martedì, settembre 02, 2008

Se a moda pega...



Que o Japão é um país de solitários, todos já sabíamos. Tb sabemos que para eles , pagar por companhia não é algo nenhum pouco incomum, seja apenas para deitar ao lado de colegiais vestindo aquelas sainhas minúsculas ou para algo mais picante. Mas o povo da terra do sol nascente não vive só de taras. Eles também são meigos e sensíveis ou a a carência chegou ao ponto de eles pagarem alguns ienes para passar algum tempo em companhia de ....GATOS!
Sim, imagem a cena. Vc tomando um cafezinho ao som de ronronares e de miados.Sensacional né? Pena que aqui o pessoal quer mais é fazer churrasquinho ou tamborim dos bichanos. Dá só uma olhada na gataria , bota gatos lindos nisso...


venerdì, agosto 29, 2008

Cantora nem tão nova , mas...


Não que o nome Vanessa da Mata seja uma novidade no cenário musical brasileiro, mas eu até então conhecia apenas umas quatro músicas, aquelas que ganharam as rádios e tocaram insistentemente graças ao fato de estar na trilha sonora de alguma novela global. Mas agora, escutando a todos os seus discos, percebi que a moça tem talento, uma voz gostosa que se encaixa perfeitamente em músicas sem grandes pretensões, mas ao mesmo tempo delicadas e ricas, ao abordar , principalmente, as relações homem-mulher, em diferentes estágios e condições. Me lembrei muito da Marisa Monte nos áureos tempos de Mais e Barulhinho Bom, em que ela não era fazida, chata e nem se achava sambista.
Vale destacar "Case", linda canção, para embalar todo e qualquer romance cor-de-rosa ou então "Vermelho" ,"Delírio" e "Ilegais" que aborda o lado mais carnal da coisa, com uma mistura de dub, reggae, bossa nova, numa fusão bem brasileira. E entre tantas músicas, encontrei uma que pode ser a trilha momentânea da minha vida:

Está acabando o amor
Você ainda não veio
Não disse, não ligou
Se vem viver comigo

Se me quer como amiga
Se não quer mais me ver
Você vai me esquecer
Você vai me fazer padecer

Está acabando o amor
Você já não me pertence
Eu vejo por aí
Você não está comigo

Nessa nossa disputa
Nesse seu jeito bom
Eu não quero saber
Você vai desdenhar
E vai sofrer

Você vai me destruir
Como uma faca cortando as etapas
Furando ao redor
Me indignando, me enchendo de tédio
Roubando o meu ar
Me deixa só e depois não consegue
Não me satisfaz

Está acabando o amor
Você já não me pertence
Eu sinto por aí
Você não está comigo

Nessa nossa disputa
Nesse seu jeito bom
Eu não quero saber
Você vai desdenhar
E vai perder

Você vai me destruir
Como uma faca cortando as etapas
Furando ao redor
Me indignando, me enchendo de tédio
Roubando o meu ar
Me deixa só e depois não consegue
Não me satisfaz

Pensando em te matar de amor ou de dor eu te espero calada


Para aqueles que conhecem apenas aquelas quatro musiquinhas, sugiro ouvir com atenção a moça. Por incrível que pareça, ela tem boas músicas a oferecer para os mais variados ouvidos.


lunedì, agosto 25, 2008

História para boi dormir V


Algumas pessoas acham que eu sou ingênua, outras, que sou desligada, desastrada, azarada, ou boazinha, boa menina ou sei lá mais o que. Legal, na maioria das vezes gentil, ás vezes em demasia, segundo alguns. Insegura, com baixa auto-estima e com complexo de inferioridade na singela observação dos pseudo-psiquiatras que me cercam (sim, porque de médico e louco todo mundo tem um pouco). Outras pessoas me tiram para esquisita com gostos bizarros e comportamento mais ainda. Para alguns seres, sou uma nerd depressiva e na opinião de meia dúzia de parentes carolas e hipócritas uma “perdida”, uma mundana ou então uma loser de carteirinha. Já ouvi até que sou “gatinha”, que sou um “touro”, um “tanque”, sensível demais e inteligente. E inclusive a mulher perfeita (seja lá o que isso signifique)
Já ouvi tantas coisas a meu respeito, mas só agora percebo que todas essas desencontradas opiniões não me dizem nada. Nadinha, na verdade. Porque só eu sei quem eu sou. Eu sei sim, de verdade.
Apenas eu tenha a perfeita noção de todas as pecinhas que formam o quebra-cabeça da minha existência. Só eu é que sei o verdadeiro impacto de cada uma das minhas perdas, de cada uma das minhas lágrimas, da minha solidão, dos meus medos, de cada uma das minhas dores reais ou imaginárias, Ou dos meus risos, das minhas epifanias, das minhas vitórias, dos meus abraços, dos meus orgasmos. Solo io, soltanto io. Nenhuma pessoa, por mais intimamente que me conheça, não pode dizer com perfeita exatidão são foram os livros, as músicas, as cores, os cheiros, os sonhos, os dias, as noites, o encantamento, os momentos, as coisas, as pessoas que se amalgamaram a mim e que eu levo grudados em minha alma e tatuados em meus olhos, meus ouvidos, minha boca e minha pele.
Eu, feita de pedacinhos, como um vaso, relíquia de família, que ano após ano é derrubado por uma nova geração e colado com destreza sempre retorna para o mesmo lugar de destaque, ainda que repleto de novas marcas. Para aqueles que não reconhecem um vaso precioso, aquela coisa cheia de marcas não passa de mais uma quinquilharia. Mas aqueles que reconhecem o verdadeiro valor do vaso sabem que ele cintila a luz do sol e que é uma peça rara, tesouro de valor inestimável.
Ou talvez eu seja um mosaico, feita de brilhantes caquinhos coloridos e multiformes, que sozinhos não fazem nenhum sentido, mas que unidos formam uma bela figura, mas que só pode ser percebida pelos olhares mais atentos. Não basta olhar uma , nem duas vezes. O belo não salta aos olhos, muito menos daqueles que se recusam a enxergar.
Isso tudo sou eu, ou talvez não. Mas apenas eu sei o que é verdade ou ficção. Só eu sei determinar quem eu sou e por isso sei o que você perdeu...


mercoledì, agosto 06, 2008

Tem coisas que só lamentar não basta



David Lynch ma minha cidade. E eu não tenho como ir...Ingressos mais do que esgotados e não rola cambista.Existe o boato de qque na hora irão liberar 25 ingressos, mas isto está me parecendo mais uma lenda urbana (e cinéfila)
É, só lamentar não basta. Pelo menos assisti a uma entrevista dele no Jornal da Globo. O negócio é sentar, chorar e chupar o dedo. Se eu não fosse uma mucca isolada em seu curral saberia da vinda, teria já comprado o meu ingresso (me inscrito, que seja) e estaria agora contando as horas para meditar em companhia de Mister David...


sabato, luglio 26, 2008

Inutile messaggio


Parla in fretta
e non pensar
se quel che dici
può far male
perché mai
io dovrei
fingere
di essere fragile
come tu mi (vuoi)
(vuoi)nasconderti
in silenzi
mille volte
già concessi
tanto poi
tu lo sai
riuscirei
sempre a convincermi
che tutto scorre

usami
straziami
strappami l’anima
fai di me
quel che vuoi
tanto non cambia
l’idea che ormai
ho di te
verde coniglio
dalle mille
facce buffe

e dimmi ancora
quanto pesa
la tua maschera
di cera
tanto poi
tu lo sai
si scioglierà
come fosse neve al sol
mentre tutto scorre

usami
straziami
strappami l’anima
fai di me
quel che vuoi
tanto non cambia
l’idea che ormai
ho di te
verde coniglio
dalle mille
facce buffe

sparami addosso
bersaglio mancato
provaci ancora
è un campo minato
quello che resta
del nostro passato
non rinnegarlo
è tempo sprecato
macchie indelebili
coprirle è reato
scagli la pietra chi è senza peccato
scagli la pietra chi è senza peccato
scagliala tu perché ho tutto sbagliato

usami
straziami
strappami l’anima
fai di me
quel che vuoi
tanto non cambia
l’idea che ormai
ho di te
verde coniglio
dalle mille
facce buffe

mercoledì, luglio 23, 2008

Missiva centenária (autoria desconhecida)



Se és tu aquela que ilumina a escuridão da minha alma, quem sou para não querer que o dia acabe e a noite chegue?
Egoísta sou que roubo a luz do mundo e a transformo em uma pequena chama a incendiar meu solitário leito
Despeço-me e me esqueço que és vento que areja a madrugada e mar revolto que bate nas pedras da minha vida.
Mas covarde és e apaixonado sou
Guardo de ti a delícia dos teus beijos e a dureza das tuas palavras
E assim seguimos como margens opostas de um escuro e turbulento rio
Que esconde em suas águas geladas e lodosas um dourado tesouro chamado esperança.


lunedì, luglio 14, 2008

Vai uma xícara de merda, digo, de café aí?



Ah, o café! O que seria desta pobre mucca sem ele? Sim, nunca neguei o meu vício , adquirido ainda na tenra infância ao acompanhar meu amado avô em suas várias e exageradamente açucaradas xícaras daquele líquido negro, quente e de sabor marcante.Com o tempo, fui refinando meu paladar e descobrindo os diversos tipos de torra, as várias combinações etílicas e o deleite das criações dos baristas, verdadeiros alquimistas na ousada arte de combinar algo tão absolutamente perfeito a uma infinita variabilidade de formas, cores,aromas e sabores.
Ficaria vários e vários posts fazendo verdadeiras odes ao café , mas meu propósito é bem menos ambicioso.Quero apenas dividir com os demais bovinos uma informação que até então esta mucca , isolada em seu curral, desconhecia. Pois bem, meio por acaso acabei descobrindo que o café tido como o mais saboroso e raro do mundo , o Kopi Luwak, vem da merda. Sim, da merda...E ela não é usada como adubo., ..Para ser mais específica, mais precisamente do cocozinho de um bichinho chamado Civeta ou Luwak,,uma espécie de gambá da Indonésia.O bichinho, que não é nada bobo, se alimenta dos melhores frutos de café, mas os grãos não são digeridos, de modo que eles saem inteirinhos, do mesmo modo como entraram.Ou melhor, não exatamente do mesmo modo, já que ao passar pelo trato intestinal do peludo, eles perdem o amargor característico e adquirem um sabor que lembra a mistura de chocolate e suco de uva (argh!). Como era de se esperar , este é um café para poucos bolsos (e estômagos) , já que a produção se limitada a uns 230 quilos por ano, ao preço de US$ 600,00 o quilo. E aí, alguém está disposto a experimentar esta iguaria? Esta xícara, por incrível que pareça, acho que eu dispenso...
E o resto da boiada? Encararia um café tão especial como este?
Aqui em baixo está a foto do fabricante....



sabato, luglio 12, 2008

Na natureza selvagem do homem

Depois de muito tempo de ensaio e uma tentativa frustrada, hoje finalmente consegui assistir ao filme Na Natureza Selvagem (Into The Wild, 2007). Como boas referências, o nome de Sean Pean na direção, a já conhecida (e ótima) trilha sonora elaborada por Eddie Vedder e um elenco encabeçado pelo jovem Emile Hirsch , cujo talento pude conferir anteriormente em Alpha Dog.. Traduzindo, a mucca aqui estava cheia de expectativas quanto a película em questão. Assim, no curral-lar tive todas elas mais do que realizadas. Trata-se de um ótimo, de um excelente filme, um dos melhores dos últimos tempos, daqueles que nos tiram da posição cômoda de espectador e nos fazem pensar e sentir, sentir e pensar.
Resumidamente, o filme narra a história de Chris McCandless, que aos 22 anos, larga uma vida estável e um futuro brilhante para partir em busca da verdade. Ele parte em direção ao longínquo e isolado Alasca, deixando para trás sua família e o seu nome e se torna Alexander Supertramp, o andarilho que cruza o continente e a vida de várias pessoas que dão a ele carona, empregos temporários ou hospedagem.
A história a priori pode parecer repetitiva, mais um road movie de um cara idealista tentando se libertar (ou fugir)da família, das obrigações, da sociedade, da superficialidade cotidiana, das mentiras que somos obrigados a viver e que parte em busca da natureza, da sua própria natureza , tentando encontrar a sua essência vivendo apenas com aquilo de que realmente necessita. Ou seja, um estado de espírito, cujo símbolo, para o protagonista, é o Alasca. Chris parte em sua jornada impulsionado pelas palavras de Thoreau : "Antes do amor, dinheiro ou fama, dêem-me a verdade". Porém, o que a princípio parece ser mais uma celebração à liberdade e ao direito de nadar contra a corrente do mundo, acaba se revelando uma jornada, um aprendizado sobre a natureza humana, que Chris, ao longo do caminho, percebe não se reduzir à sua visão a respeito dos seus pais, mas que também reúne desapego, dor, perda, amor, perdão, fé.
Sean Pean em nenhum momento propõe ao filme qualquer idealismo, ele definitivamente não instiga o espectador a se tornar mais um libertário em busca do seu Alasca pessoal. Claro, há uma simpatia e até mesmo identificação com a personagem. Afinal, quantos de nós, inúmeras vezes pensamos em largar tudo, colocar uma mochila nas costas e andar ao sabor do vento, sem cobranças, sem memória, sem medos. Fugir do mundo e das imposições de uma vida que nem bem sabemos se queremos. Quantas vezes nos questionamos se os ideais que temos de felicidade e realização pessoal são mesmos os nossos ideais?? Ou se não nos foram impostos pela família, pela vida em sociedade? Precisamos mesmo de um emprego, de uma casa, de um carro, de uma família, de um tv de plasma e de um celular novo a cada ano? E indo mais fundo na coisa: do que é que raios realmente precisamos para sermos nós mesmos???
O que o filme busca é justamente questionar os diferentes conceitos/visões de liberdade e até que ponto a busca por esta não acaba sendo, na verdade, também uma prisão, como no caso de Alexander Supertramp. Na solidão do Alasca ele descobre, nas palavras de Tolstói, que a felicidade completa é tudo que ele abandonara pela estrada em que percorrera. Ou nas suas próprias palavras: "Happiness is only real when shared"
Não se enganem pela beleza da fotografia, orquestrada por Eric Gautier, diretor de fotografia de outro excelente road movie, Diários de Motocicleta. As lindíssimas imagens só reforçam o conteúdo forte, impactante do texto, que mexe profundamente com o espectador, que chega inclusive a causar certo incômodo. Além de intenso, é um belo filme, sem sombra de dúvida. Palmas a Sean Pean pela coragem de apostar e acreditar no projeto que demorou cerca de dez anos até ser concretizado.
Ah, o roteiro é baseado no livro homônimo escrito por Jon Krakauer. Eu não sabia, mas Chris e o seu idealismo realmente vagaram pelo mundo, dando ao filme um plus no que se refere ao quesito “identificação com a personagem”. Traduzindo: alguém foi louco o suficiente para fazer aquilo que nunca fizemos. O bom é que ao compartilharmos da sua história, da sua rica experiência de vida, também aprendemos as suas lições e que valem para qualquer um de nós, sonhadores ou idealistas, em maior ou menor grau. Somos humanos, no fim das contas, somos todos da mesma natureza, seja ela selvagem ou não...
Quem quiser conferir, vá fundo, mas preparem-se: o filme não é de fácil digestão. Eu, ainda que tenha muitos estômagos, ainda o estou digerindo. E com certeza ainda o ruminarei pelo resto da minha bovina vida.

sabato, giugno 28, 2008

Eu sou uma máquina de pinball


Sempre gostei dos textos da Clarah Averbuck,desde o tempo do blog brazileira preta..Dona de uma escrita ímpar, corrosiva, direta, que consegue até mesmo ser brilhante, a ponto de vc poder escolher uma outra citação para aplicar no cotidiano, inclusive... A menina, além de bonita, tem talento, sem sombra de dúvida.
Conforme a dica (e atendendo a pedidos da minha querida amiga) terminei de ler Máquina de Pinball, e o melhor, de grátis. O livro está disponível para download já que para a moça o que importa é ser lida e nada mais.( Não, definitivamente ela nem de longe lembra o Paulo Mago Coelho,cujo lema é “escrever mal, vender muito”)
O livro é ótimo, daqueles de ler em um só fôlego, já que é bem curtinho, apesar do conteúdo ser bem espesso:
Planeta: Terra. Cidade: São Paulo. Como todas as metrópoles, São Paulo encontra-se hoje em desvantagem na sua luta contra o maior inimigo do homem: a poluição. Caralho, que cidade suja.

Assim, em uma referência direta ao cult (que eu amo) Spectreman, inicia-se a narrativa, permeada não só de referências pops mas tb literárias e musicais. Sempre dialogando de um universo partilhado com o leitor, este é apresentado a uma narradora -a jovem Camila- tão caótica quanto sua rotina, perdida entre a escrita , as noitadas e os copos de "Vódega", entregando-se sem medo à vida e a tudo que ela possa oferecer. Sem julgamentos, sem escudos, sem máscaras. Camila poderia ser o alter-ego de muitas mulheres que assumem seus medos, mas mesmo assim resolvem bisbilhotar, no escuro, embaixo da cama às três da manhã de uma noite de tempestade. E elas se permitem viver de fato cada única experiência, qualquer experiência, diga-se de passagem, seja à dor ou ao prazer. O que não vale é a mediocridade de uma vida estável. A intensidade de um único momento seduz mais que uma vida inteira insossamente em equilíbrio. E de que vale o equilíbrio???
Literariamente pode ser maravilhoso, só que viver assim, sentir o mundo e as pessoas desse modo, consiste em sempre dar murro em ponta de faca, ter sempre sangue nas mãos, pois nunca se respeita o tempo mínimo para que as feridas cicatrizem. Na verdade, elas nunca cicatrizam... Não é nem preciso falar que vivendo desta forma (e que não é uma escolha, fique bem claro),relacionar-se com os outros é algo muito complexo e doloroso. Sim, pois o mundo todo, cada um de nós, cada ser ruminante ou não, se esconde atrás das altas muralhas dos seus medos. Medo do nada, medo do tudo. Medo, apenas medo, e sabe-se que não é só mais uma palavra... É o monstro que se esconde no interior da alma e que nos impede de dar um mergulho lento em um abismo profundo ou de apostar todas as fichas, mesmo sabendo que ora se ganha, ora se perde. E que sempre haverá uma nova rodada de apostas.
Particularmente, em relação ao sexo oposto, Camila é bastante contundente: “Ma-ri-qui-nhas. Deus, tenha piedade de mim. Eu vou morrer sozinha, deus? Todos os meninos são assim? O senhor não fez nenhum que não tenha medo de correr riscos, de quebrar a cara, de acelerar em direção a um muro e desviar no último segundo?”
Mesmo mucca, reconheço que carrego em mim algo de Camila. Talvez o livro tenha me tocado tanto pela intensa identificação, mas principalmente porque Clara consegue verter em palavras os sentimentos, as sensações, as espirais de pensamentos de uma mulher intensa que percebe que:
“Os homens devem ter um sindicato. Eles decoram o texto, recitam com a mão no peito e ganham uma carteirinha secreta. No livro de regras deve ter coisas como “nunca fique com uma mulher que possa quebrar seu frágil coração maricas”, “e “fuja de mulheres intensas, elas são todas malucas”.
Quem quiser conferir, terá o prazer de desfrutar de uma leitura diferenciada, que posso garantir valer a pena, nem que seja pelas situações bizarras vividas pela personagem ou pelas diversas referências musicais que vão de Strokes a Chet Baker.
Agora em julho será lançado o filme, baseado nesse livro e em outros escritos de Clara. Camila foi interpretada pela excelente Leandra Leal. Eu, com certeza, sairei do meu curral para curtir as aventuras cinematográficas desta jovem tresloucada, mas que carrega um pouco de tudo dentro de si. E um pouco de mim, tb,sem dúvida.



venerdì, giugno 27, 2008

Ah, o inverno...




Pois é ,o inverno nem bem começou e o frio já chegou com tudo nos pastos do sul. E todo esse frio é um convite à introspecção para mim, fortunata mucca, que pastando ao sol ameno,sinto o coração pulando un pó in più por algo que forse não fosse nada mais que uma folha de relva ao vento. Me peguei cantarolando uma música invernal de uma bandeca italiana chiamata Modà. Popzinho para esquentar os corações. E eu cantarolava essa singela canzone d' inverno, bem no estilo "quero que vc me aqueça neste inverno e que tudo mais vá pro inferno"...Só falta alguém para me aquecer, mas isso é apenas um detalhe... Quem tem cobertor não morre de frio, afinal ...hehehe E eu tenho uns cinco cobertores. Eu sobrevivo sozinha a esse e outros invernos , com certeza...Eu sempre sobrevivo, afinal...



Sento spesso il bisogno di chiudere gli occhi e capire,
se e giusto pensarti, lo stesso,
anche se sei un ricordo,ed è strano,
ricevere tanto da te senza averti vicino...
ora che è freddo vorrei tanto,
averti qui addosso e sentire più caldo non avere più paure
e impegnarmi per farti star bene
perché per me sei il sole e le mie parole non son solo parole

io sento le tue mani lo stesso
anche se non ti ho accanto
vorrei averti vicino per farti sentire che bello
è l ‘inverno dove un semplice abbraccio
può sembrare diverso perché oltre al contatto,
trasmette qualcosa di molto più caldo.

Mi domando se è giusto se son pazzo
se è sbagliato quel che stò facendo mi rispondo,
che posso mentire con tutti ma non a me stesso
che non voglio rinunciare a qualcosa che sento
e che voglio di brutto,
e che cerco nel vento giuro le mie parole,
non son solo parole
io sento le tue mani lo stesso anche se non ti ho accanto
vorrei averti vicino per farti sentire..
Che bello è l ‘inverno dove un semplice abbraccio,
può sembrare diverso,
perché oltre al contatto trasmette qualcosa..
di molto più caldo e ..e .. e


martedì, maggio 27, 2008

O que é arte?


Perguntinha difícil essa não? Ela foi repetida insistentemente esta semana na Itália e pelo mundo a fora. Foi inaugurado no dia 24 o MUSEION-Museo d'Arte Moderna e Contemporanea di Bolzano, bem diferenciado e com uma proposta arquitetônica bem interessante, mas que parece estar atraindo os visitantes mais pela polêmica da rã crucificada do que por qualquer outra coisa
Pois bem, não vou entrar no mérito de se é ou não é apropriado colocar uma rã no lugar de Cristo, símbolo sagrado para os católicos, chatos e dogmáticos por natureza.
O que eu achei "MARA" foi a explicação do pessoal do museu, dizendo que a obra não tinha nenhuma conotação depreciativa e que simbolizava um "momento pessoal de profunda crise" do artista alemão Martin Kippenberger, considerado uma espécie de versão germânica de Andy Warhol.
Pô, não sei que tipo de crise é essa, já que a rã em questão está completamente doidona e com um copo de cerveja na mão...
Eu acho que eu tô precisando é de uma crise dessas aí...





E não é que eles tinham razão?


Pois bem, neste finde fui ao cinema, em companhia da minha amiga do peito (e agora "mulherzinha") Samara L. assistir ao filme Um beijo Roubado e entendi o porquê da crítica não gostar nenhum pouco de torta de mirtilo.
Ok, tirando o visual, os takes bem experimentais e uma que outra cena ou frase de impacto, o roteiro me lembrou muito aquelas comédias românticas em que
1.Mocinha doce leva um pé na bunda.
2.Sai de férias ou viaja para algum lugar exótico.
3.Revê sua vida
4.Descobre o segredo de Tostines (ou seja sempre tem alguém mais f... que vc)
5.Volta para o mocinho apaixonado que a espera e faz todo o sofrimento valer a pena...
6.E eles viveram felizes para sempre.
Enfim, água com acúçar...
Para quem já havia visto os outros filmes do diretor(aliás, para quem quiser, tem um post antigo sobre 2046) o novo e primeiro em língua ocidental foi uma decepção. E eu tentei entender o motivo, pois ruminar é o que faço de melhor...
Pensei eu cá com minhas mosquinhas, será que os orientais aprimoram tudo, fazem as coisas parecer mlehores do que são???
Se o filme fosse chinês ou japonês("delícia", segundo a Dani Brinks)o impacto seria maior ou "diferente"?Bom,não saberia responder essa pergunta, mas dificilmente um remake ocidental de um filme oriental pode ser visto apenas como um processo simples de refilmagem ou cópia. O que se percebe é sempre uma nova linguagem, um novo universo que mantém pouco ou nenhum elo de ligação com a sua origem, pois não há meios para manter a fonte na íntegra, e parece que apenas em sua forma Una o filme adquire força, de modo a ultrapassar qualquer barreira e chegar aos cinco sentidos, ao cérebro e ao coração independentemente da localização geográfica do expectador.
Nessa transculturação (se é que posso chamar assim), longe de ser simplesmente uma troca de cenário, língua e figurino, há uma significativa perda de referenciais e interditos que produzirá novos ou antagônicos efeitos.Claro que Kar Wai não fez um remake propriamente dito, mas repetiu a mesma temática, os mesmos elementos , as mesmas cores, a mesma ambição dos seus filmes anteriores , como se Um beijo roubado fosse uma refilmagem ocidental da sua essência criativa.Porém, eu vi muito de Kar Wai, mas senti muito pouco... Talvez seja o lado chinês de Kar Wai que nos fascina e comove.
Para responder esta pergunta, só assistindo a outros filmes feitos no Ocidente para conferir se os anseios do diretor se expressam apenas em chinês ou se ele pouco a pouco será capaz de ser criativamente bilíngue.
Mas cá entre nós, boiada amiga: tudo isso que esta mucca escreve não passa na verdade de ruminações madrugada a dentro...
Fiquem a vontade para ruminar tb...O pasto ainda é verde e continua ao alcance de todos.


lunedì, maggio 19, 2008

Um beijo roubado e uma trilha adquirida



Sempre fui uma entusiasta do cineasta chinês Wong Kar Wai .2046 ficou gravado em minhas retinas e na minha mente para todo o sempre, de modo que fiquei extremamente entusiasmada diante da notícia de que seria lançado seu primeiro filme em língua inglesa, My Blueberry Nights (2007)(Um beijo roubado)contando com um elenco talentoso e bastante interessante, e que reúne nomes como Jude Law e Natalie Portman e a tímida Nora Jones no papel da protagonista.Pois bem, tenho acompanhado a crítica especializada e ela tem sido unânime em afirmar que o filme é um deleite aos olhos, mas que peca por uma trama meio desconexa, sem profundidade e que não desenvolve as personagens da maneira adequada. Não posso dizer que eles estão certos, já que não assisti ao filme ainda. No entanto, sabendo que as trilhas sonoras dos filmes de Kar Wai são sempre muito ricas, envolventes, já que o amor, o amar ou a impossibilidade da sua realização sempre é o fio condutor de tudo, decidi baixar a trilha que antecipadamente sabia ter canções de Cat Power (que aparece no filme tb.) e da própria Nora Jones. Bom, como nada posso dizer sobre o filme, vale fazer alguns comentários sobre a trilha e sobre uma grata surpresa que acabou se vinculando a ela, e que só se tornou possível em tempos interneticamente globalizados e cujos detalhes contarei em seguida...
Vamos então a trilha... Alguém se lembra do tema de Amor á flor da Pele?Pois bem, ele está de volta, quase irreconhecível, numa versão com direito a gaita de boca, meio folk.Por falar em folk, tem uma versão de Harvest Moon , que eu conhecia com o Neil Yong, na voz quente e deliciosa de Cassandra Wilson. E falando em voz deliciosa, me deparei com a canção Devil's Highway, da banda Hello Stranger, cuja vocalista Juliette Commagere é sensacional, com uma presença de palco incrível.Aliás, a banda, com exceção dela , indie dos pés a cabeça, parece saída de um vídeo de Woodstock.Não consegui baixar nada deles, mas ao procurar um videozinho no youtube, acabei me deparando com outra cantora cheia de estilo e dona de uma voz bem marcante, Nicole Atkins, de New Jersey e que lançou seu primeiro disco em 2007, chamado “Neptune City”, super-elogiado pela crítica. O som da moçoila, que além de cantar bem ainda é um colírio para os olhos em geral, mistura um rockzinho básico com alguns efeitos mais moderninhos. Gostei muito e recomendo, principalmente as faixas Love Surreal,Cool Enough,Together we are both alone e a própria Neptune City.Para quem quiser, fica aí minha dica bovina.
Além da ala feminina, a trilha também tem duas participações ilustres e sempre geniais: Ray Cooder e o argentino Gustavo Santaolalla.Provalmente, a grande maioria não irá ter o trabalho de comprar o dvd de My Blueberry Nights , mas duvido muito que não fique ao menos tentado em rodar a trilha sonora nos seus players. Se o filme é dispensável, a boa trilha consegue ao menos fixar na lembrança dos ouvintes um pouco do universo sempre flutuante, cheio de interditos e de desejos irrealizáveis ou incompletos, das dores e ensinamentos que o amor ou a perda dele acarretam e que o cineasta sensivelmente procura captar num jogo de luz, cores, figurinos, maquiagem, mas que também se completa através de belas canções.