giovedì, febbraio 23, 2006

Encontrando músicas que vc ama


Alguém já ouviu falar no Music Genoma Project? È um grande banco de dados do perfil musical de ouvintes do mundo todo. Para participar, você acessa o site www.pandora.com e cadastra uma rádio com seus artistas favoritos e músicas do coração. Daí, a partir das suas preferências, o banco procura artistas que tenham algo em comum com as músicas ou artistas que vc selecionou, inclusive (imagino eu) em listas de pessoas com gostos semelhantes ao seu. O lema do negócio é encontrar mais músicas de que vc goste. E a seleção é sempre uma surpresa , vc nunca sabe o que virá, já que cada pessoa tem um gosto único. O bom é que a rádio tem um recurso de aprovação ou reprovação. Se vc não gostar do que vier vc só precisa clicar no i don’t like this song. –it’s not what this station should play . Achei bem divertido e interativo e vc acaba descobrindo coisas novas , e o melhor , bem de acordo com o seu gosto musical . Experimentem, e me digam o que acharam...


Tim: viver sem fronteiras (e sem créditos também...)



Cada vez mais eu invejo as pessoas que conseguem se manter alheias a chamada telefonia móvel. Eu, infelizmente, apesar de não ser uma admiradora do celular, preciso concordar com seus defensores , pois realmente ás vezes ele é extremamente útil (se bem que vivíamos relativamente bem sem ele ...). Hoje , é praticamente impossível marcar um encontro sem contar com o auxílio do celular , que serve não só para encontrar a pessoas em uma festa lotada , para transferir a data ou local do ou para comunicar um eventual atraso. Isso, fora todas as outras ferramentas que o celular hoje proporciona como registrar um furo de reportagem com a câmera ou fechar uma transação milionária enquanto espera o check in no aeroporto.
Sim, o celular foi incorporado ao nosso cotidiano assim como a pasta de dente para a higiene pessoal. Você simplesmente não sai de casa sem ele...
Pois bem, meu maior problema não diz respeito àquele aparelhinho que imite aquelas musiquinhas irritantes quando você está nos lugares mais inapropriados. Não, minha birra maior se refere as malditas companhias que administram e monopolizam ( vide o caso da Vivo , única operadora CDMA no mercado). Além de cobrar tarifas absurdas , oferecem planos enganosos apenas para enganar os incautos, vide essa pobre mucchina aqui. Cai no conto do plano Mais 25 da Tim (Te Ilude Mesmo) que dá direito ao um crédito de R$ 25,00 reais após o consumo de uma recarga no mesmo valor.Pois bem, essa mucca aqui nunca recebeu os R$ 25,00 de direito a não ser que tivesse reclamado antes .Isto tudo porque o sistema sempre computa( e bota puta nisso) um gasto de R$ 24,00 , sendo que bloqueiam meu celular dizendo que não tenho mais créditos. Então, como sou uma mucca e toda mucca é paciente , ligo , explico o caso e espero contar com a boa vontade dos atendentes ruminantes da Tim , com o agravante dos funcionários serem cariocas , o que já é um indício de que o atendimento deixará muito a desejar (infelizmente , como já comprovei in loco , o atendimento no Rio é péssimo) Ontem, um rapazinho me atendeu gritando, discutiu comigo o dia em que meus créditos haviam encerrado e ainda ironizou , praticamente me chamando de “imbecil” já que que eu não sabia nem quando usava o meu aparelho!!!! Pensei cá com minhas mosquinhas, pobre do ruminante carioca ! Que profissãozinha mais cretina a dele, ficar ouvindo reclamações e xingamentos o tempo todo . Mais pena senti da mãe dele, coitada , pois mais gente deve ter chamado ela do que eu chamei .....
Enfim, continuo sem receber meus créditos. E me recuso a recarregar meu celular . Quero o que é meu por direito.
O mais decepcionante é que no mês passado entrei com uma queixa na ANATEL, na esperança de que nesse mês tudo ocorreria normalmente. Que nada ! Estou aqui, mastigando um capinzinho, a ver meus créditos por aí...

Com a Tim você realmente vive sem fronteiras , já que usar o celular é sonho e em sonhos tudo é possível ....

mercoledì, febbraio 22, 2006

A escrita mágica de Murakami




Acabei de reler o excelente (e nem preciso dizer recomendado) Caçando Carneiros, do cultuado escritor japonês Haruki Murakami , que é sem sombra de dúvida um dos melhores livros que li nos últimos anos . Se você busca encontrar alguma sensação de estranhamento por se tratar de um livro da cultura oriental, esqueça. Talvez o grande sucesso de Murakami resida justamente no fato de narrar o local, mas com uma visão globalizada, assim, ele obtém uma identificação com leitores do mundo todo Nesse universo impessoal, aparentemente desprovido da identidade cultural japonesa, Murakami conta histórias que ao mesmo tempo só poderiam se passar na terra do sol nascente. Paradoxo? Claro. Mas o que não é paradoxal na atualidade?
Além disso, Murakami tem um estilo único onde consegue reunir uma narrativa envolvente e ao mesmo tempo despreocupada , permeada por um discreto e inteligente senso de humor, que se mistura a um conteúdo reflexivo, muitas vezes de teor existencial , no qual reflete sobre a condição do homem moderno, o indivíduo solitário que habita a grande metrópole capitalista. Solidão, nostalgia, frustrações, sonhos e esperanças destruídos, o nonsense cotidiano, a obscuridade das instituições que administram e controlam as vidas dos cidadãos , as relações superficiais , o ritmo frenético e alienante que afasta cada vez mais as pessoas de sua própria identidade...Tudo isso se mistura a elementos sobrenaturais e à ficção científica .É a dura e fria realidade , mas temperada , uma realidade distendida , surreal talvez. O enredo, envolvente e labiríntico, se concentra na “caça” a um misterioso carneiro visto em uma foto e que ao que tudo indica usa humanos como hospedeiros para fins enigmáticos. E você acompanha essa “caçada” por lugares inóspitos que inclui a busca de um amigo perdido, um homem em pele de carneiro, alívio (ou não) a um velho hospedeiro, reviravoltas nos bastidores políticos e o sumiço de uma pessoa especial. Além é claro, de descobrir que encontrar as respostas nem sempre é a melhor alternativa...
E como uma coisa leva a outra, estou lendo (e quase terminando!) Dance Dance Dance , que é uma espécie de continuação de Caçando Carneiros. A mesma personagem surge três anos depois dos imprevisíveis eventos do livro anterior, dos quais não saiu ileso. Sem rumo, é um bom trabalhador, mas que não vê nenhuma paixão naquilo que faz.Se auto -denomina um limpa-neve cultural. Sua vida é vazia, monótona, sem esperanças e ambições. Em sonhos, repetidamente imagens do passado o perseguem: o hotel, a garota. Então, ele parte em busca de respostas que ele acredita estarem no hotel. Porém, para sua surpresa, o hotel não é mais do que era.
Novas personagens vão surgindo: uma adolescente sensitiva de 13 anos, uma fotógrafa desligada, um ator de sucesso, mas infeliz com sua vida; um poeta maneta, uma garota de programa, uma recepcionista de hotel neurótica .A elas, se junta o homem-carneiro que surge mais uma vez aconselhando a personagem a dançar: “DANCE, DANCE SEM PARAR . O MELHOR QUE PUDER". , mas sem garantias de que isso venha a trazer felicidade...E então, o que afinal ele quis dizer com isso??????
Todas as personagens parecem ligadas através de uma conexão caótica, necessária para que o personagem possa través dela iniciar sua busca e encontrar (ou não) a si mesmo.
Uma curiosidade desse livro é sua técnica narrativa. Parece haver uma espécie de meta texto, quase uma mensagem subliminar , que se dilui no texto através de palavras destacadas em caixa-lata ,que sozinhas aparentemente são sem sentido, mas que conectadas geram um novo texto onde presente, passado e futuro se misturam. Bem interressante, não lembro de ter lido nada que usasse uma técnica semelhante. Uma verdadeira caça -a -palavras para o leitor, que deve encontrar e unir as palavras (e até frases) em caixa-lata formando um novo texto.
E então? Ficaram curiosos?

Aí vão alguns trechinhos:

"Não tinha ânimo para nada. Muitas coisas aconteceram entre o outono e o inverno do ano passado. Divorciei-me. Ela foi embora sem dizer nada. Um amigo morreu em circunstâncias obscuras. Encontrei-me com pessoas esquisitas e vi-me às voltas com incidentes estranhos. Quando tudo passou, fui tomado por uma serenidade profunda e sombria nunca antes sentida. Em meu quarto pairava uma sensação de ausência tão densa que chegava a dar medo. Fiquei enclausurado nesse recinto inerte durante meio ano. Exceto para comprar o mínimo necessário, quase não saía durante o dia. Nas horas vazias do amanhecer, vagava pelas ruas. Quando o movimento começava a aumentar, voltava para o quarto e dormia." (p. 24-25)
"Não tinha nenhuma ambição nem esperança. Apenas ia arrematando sistematicamente, de ponta a ponta, tudo o que aparecia. Para ser franco, até cheguei a pensar se isso não seria uma vida desperdiçada. Mas, se até mesmo o papel e a tinta podiam ser desperdiçados, não havia razão para que eu ficasse me lamentando. Essa foi a conclusão a que cheguei. Nós vivemos numa sociedade altamente capitalista. Nela, o desperdício é a maior das virtudes. Os políticos chamam isso de requinte da demanda doméstica. Eu chamo de desperdício sem sentido. São divergências de pensamento. Apesar delas, a nossa realidade é indiscutivelmente assim. Os incomodados que se retirem para Bangladesh ou para o Sudão." (p. 31)

“Procuro uma casa com comida deliciosa, publico a matéria na revista e apresento-a a todos. Vá aqui. Experimente tal coisa. Mas qual a necessidade de se fazer isso? Não deveriam todos comer o que quisessem? Por que precisam da indicação de alguém até para achar um lugar para comer? Por que necessitam que alguém lhes ensine a escolher o menu? Sabe, as casas apresentadas nessas revistas vão decaindo no serviço e na qualidade à medida que ficam famosas. Isso acontece com oito ou nove entre dez, sabia? É porque se perde o equilíbrio entre oferta e procura. É isso que fazem as pessoas como eu. Cada vez que encontram algum lugar, vão destruindo-o com bastante esmero. Quando acham um branco puro, deixam-no todo sujo. As pessoas chamam isso de informação. A informação sofisticada nada mais é do que passar uma rede por todo o espaço do cotidiano sem deixar escapar nada. Estou cansado disso. Cansado de estar fazendo isso.” (p. 150)

“Aconteceram muitas coisas e surgiram novos personagens. Houve também muitas mudanças de cenário. Até outro dia, eu perambulava pelas ruas de Sapporo em meio à neve, e agora estava ali olhando o céu, deitado numa praia de Honolulu. Isso se chama ‘curso’ da vida. Fui ligando os pontos e tracei essa linha. Foi dançando conforme a música que cheguei até aqui. SERÁ QUE ESTOU DANÇANDO BEM? Comecei a recordar mentalmente todo o percurso dos acontecimentos e verifiquei, uma a uma, todas as minhas atitudes em relação a eles. Achei que não estava tão ruim. Poderia ter sido melhor, mas... Eu agiria da mesma forma se tivesse que passar por tudo novamente. Isso é o que chamamos de sistema. De qualquer modo, meus pés estão se movendo. Mantenho os passos... E agora estou aqui em Honolulu. Hora do intervalo.” (p. 297-298)

giovedì, febbraio 09, 2006

Fortuna Imperatrix Mundi

O Fortuna velut luna statu variabilis,semper crescis aut decrescis; vita detestabilis nunc obdurat et tunc curat , ludo mentis aciem , egestatem , potestatem, dissolvit ut glaciem

Ó Fortuna variável como a lua/sempre cresces ou minguas; vida detestável/hora frustra/ora satisfaz/brincas com os nossos sentidos /a miséria/o poder/ fundem como gelo em ti.


Alguns acontecimentos me fizeram pensar a respeito dela , da fortuna , que eu não entendo como sorte mas sim como destino. O destino nos atropela sem que ao menos o percebamos. Em um momento, vc poder estar bem, alegre , trabalhando, namorando , estudando e no outro, contrair uma doença desconhecida que deixa seqüelas que dificultam locomoção e fala , e num instante , perder casa , namorado, independência , como o que ocorreu com uma amiga que revi na semana passada . A fortuna se abateu sobre ela impiedosamente.
De repente, vc está vivendo sua vida ,triste e preocupada por saber que sua mãe tem uma doença complicada, mas que até então ela administrara relativamente bem, quando, rapidamente , em questão de três dias ela se vai para todo o sempre, como o que ocorreu com minha colega de serviço hoje pela manhã. È a fortuna girando sua roda rota tu volubilis status malus.
E então a roda também gira para vc e ela se manifesta através da notícia desesperada que sua avó falecera às três da manhã . E como diz a música quod per sortem sternit fortem/mecum omnes plangite (pois que a sorte esmaga o forte/chorai todos comigo)


Hoje é festa lá ....no motel???!!!



Sim, parece bizarro , mas eu fui a uma festa em um motel com mais de 150 convidados. Antes que alguém fique pensando besteira e rumine : “O que? ! Ela participou de uma suruba coletiva” , quero esclarecer desde já que foi um festa família , com pais presentes e tudo... A tal festa se tratava da comemoração dos dez anos de uma banda cover dos Beatles da qual um colega de serviço (gente finíssima ) é guitarrista.Parece inusitado, mas a festa aconteceu em uma suíte de motel projetada exclusivamente para festas (acho difícil alguém alugar uma suíte dessas só para um fuck-fuck básico, e cá entre nós, mais de dois o motel cobra a tarifa de festa... ) , já que o local suporta um público de até 350 pessoas e conta com quatro andares, dois bares, pista de dança,palco para shows, sala de jogos, máquina de pinball e fliperama, piscina com toboágua (é assim que se escreve???), mesa de bilhar, cama elástica , banheira e duas suítes com colchão d’água e banheira de hidromassagem. Traduzindo: o lugar perfeito para uma festa daquelas !!!
Voltando ao relato da festa, bom, como disse foi uma festa família, bem tranqüila, me diverti muito com a banda (superirreverente), que contou , inclusive , com uma participação pra lá de especial o Nasi ,( vulgo Wolverine) do Ira, que lá pelas duas da matina entoou um Twist and Shout para fechar o show com chave de ouro.
Valeu só pelo local inusitado e pela oportunidade de ver um dinossauro do rock paulista se divertindo com amigos em uma versão non sense de La bamba!
Para aqueles que quiserem agendar uma festinha , sugiro dar uma olhadinha. Se eu tivesse grana e amigos suficientes , levaria todo mundo para o motel comigo. No bom sentido, claro....