mercoledì, settembre 21, 2005

Ramilonga


Sozinha em minha baia. Discman ligado, a voz doce e melancólica de Vitor Ramil entoando sua nostálgica Ramilonga, que fala do meu curral nativo, dos bairros por onde caminhei, das ruas que sei onde e como são . Das flores que colorem a cidade, que apararecem alegrando aqueles campos.De tudo que faz parte de mim, das coisas a que eu originariamente pertenço. Ramilonga é sem dúvida a música mais poética sobre POA. E o refrão poeiano "nunca mais, nunca mais" bate fundo , doí no peito, tira o ar e fica preso na garganta. E eu choro. Um choro silencioso. Saudade, tristeza, solidão, vazio? Não sei o motivo. Talvez sejam só lágrimas cristalinas que surgem, assim, de repente, aos acordes de uma bela canção...

Ramilonga


Vitor Ramil
Composição: Vitor Ramil


Chove na tarde fria de Porto Alegre

Trago sozinho o verde do chimarrão

Olho o cotidiano, sei que vou embora

Nunca mais, nunca mais

Chega em ondas a música da cidade

Também eu me transformo numa canção

Ares de milonga vão e me carregam

Por aí, por aí

Ramilonga, Ramilonga

Sobrevôo os telhados da Bela Vista

Na Chácara das Pedras vou me perder

Noites no Rio Branco, tardes no Bom Fim

Nunca mais, nunca mais

O trânsito em transe intenso antecipa a noite

Riscando estrelas no bronze do temporal

Ares de milonga vão e me carregam

Por aí, por aí

Ramilonga, Ramilonga

O tango dos guarda-chuvas na Praça XV

Confere elegância ao passo da multidão

Triste lambe-lambe, aquém e além do tempo

Nunca mais, nunca mais

Do alto da torre a água do rio é limpa

Guaíba deserto, barcos que não estão

Ares de milonga vão e me carregam

Por aí, por aí

Ramilonga, Ramilonga

Ruas molhadas, ruas da flor lilás

Ruas de um anarquista noturno

Ruas do Armando, ruas do Quintana

Nunca mais, nunca mais

Do Alto da Bronze eu vou pra Cidade Baixa

Depois as estradas, praias e morros

Ares de milonga vão e me carregam

Por aí, por aí

Ramilonga, Ramilonga

Vaga visão viajo e antevejo a inveja

De quem descobrir a forma com que me fui

Ares de milonga sobre Porto Alegre

Nada mais, nada mais

1 comentários:

Samara L. ha detto...

Ai, como é ruim essa sensação de desterro. Sei bem, porque mais cedo ou mais tarde me sinto desterrada nas duas cidades. Beijos, querida.