domenica, luglio 31, 2005

História para boi dormir I


Estava aqui pensando com minhas mosquinhas a respeito de escolhas e de até que ponto elas são conscientes ou não. Tenho por mim que toda escolha é consciente, até porque o ato de escolher é um exercício mental apurado que só pode ocorrer conscientemente; ao optarmos por algo, abrimos mão de todas as demais possibilidades e não há como estabelecer /reconhecer possibilidades a não ser em um nível consciente .
O que justifica o fato de escolhermos algo e depois nos arrependermos amargamente? Simples, existem fatores presentes durante uma escolha que vão desde valores sócio- morais , hormônios (que nos caso das mulheres diria que é decisivo), sentimentos, percepção errônea ou apurada, enfim. Só que o panorama que estes fatores estabelecem é transitório, temporariamente marcado , uma vez que os próprios fatores são transitórios. Para comprovar isso, basta pensarmos, como exemplo , nos nossos valores morais. Atire a primeira pedra quem nunca teve seus valores abalados em virtude de alguma experiência pessoal. Assim sendo, vc nunca poderá justificar suas escolhas em virtude dos mesmos valores porque eles também se modificam , se alteram , até desaparecem.
Então, porque as pessoas têm a tendência de colocar a culpa no inconsciente, ou pior -, nos outros- pelas péssimas escolhas ? Simples , terceirizar a culpa do fracasso, do erro, do sofrimento é uma forma de não encarar a verdade (a verdade dói) , de não reconhecer a nossa vulnerabilidade, nossa empírica condição humana de aprender com as tentativas e com os erros. É negar uma parte importante de nós mesmos.
Eu fiz péssimas escolhas. Fiz sim. Mas quando as fiz elas faziam muito sentido, eram racionais e equilibradas porque os fatores presentes me faziam acreditar que fossem. Demorou, mas foi necessário que eu me permitisse reconhecer isso para tocar a bola pra frente, porque quando vc não assume a responsabilidade pelas suas próprias escolhas você negligencia sua capacidade de ter o controle da sua vida. Sim, nós temos um razoável controle, não digo total pois ninguém tem como escolher cair um raio na sua cabeça , mas ao mesmo tempo vc pode escolher não tomar banho de mar em uma tempestade. Há uma certa previsibilidade, mesmo que caótica que ainda governa o mundo . O segredo em superar os maus momentos resultantes de péssimas escolhas é reconhecer que em um determinado lugar no espaço/tempo de sua vida essa mesma escolha foi o que vc se permitiu vivenciar dentre infinitas possibilidades, nesse fragmento de vida ela fez sentido e foi completa , mesmo que tenha sido por uma só noite ou por um segundo . E se agora ela se tornou objeto de arrependimento é porque as infinitas possibilidades sempre retornam , como folhas ao vento. Ainda bem...


2 comentários:

Anonimo ha detto...

Metagame? : )

A propósito, eu fui o Kubrick no teste abaixo. : )

Bellit ha detto...

Sim, metagame...
Eu adoro o Kubrick, ele era uma cara incrível, super visionário.Eu sou mais o Dali mesmo, segundo o teste, pelo menos.