lunedì, ottobre 10, 2011

Voltando a ruminar (de novo!de novo!)

Caros amigos bovinos:

Depois de uma  longa ausência, cá estou eu de volta. Sim, porque meu isolamento no meu curral tem limite e uma hora tenho que deixar a televisão de lado (Oh! Cride, fala prá mãe!).Balançar o rabo e espantar as mosquinhas já não tem sido mais tão reconfortante assim.O que eu preciso é de uma boa ruminação, ou seja colocar essa mente para se mexer. E voltar a ruminar , ruminar e ruminar. Nem isso, tão natural a uma mucca, ainda que pazza,  tenho me dado o trabalho de fazer porque levar vida de gado "deixa o povo feliz".
Eu acabei de tornando mais uma mucchina, tentando ser só mais uma cabeça em meio a boiada.Não que tenha sido uma escolha totalmente consciente.No fundo, só fui adaptando os meus cascos aos acidentes do terreno e sabendo aos poucos como  lidar com a ausência ou fartura de pasto , de água e até mesmo de abrigo. 

Se estou como estou e onde estou é  porque numa tentativa de recomeçar de novo minha troteada,optei(Ou não, há controvérsias), por  assim dizer,  "encaixotar " toda a minha caminhada  e empilhá-la em algum porão escuro do meu ser, deixando-a lá, acumulando pó, a ponto de ser tornar apenas mais um entulho esquecido em um canto. Cheguei a ter a sensação de que , se olha-se para trás , não reconheceria as marcas deixadas pelos meus cascos,parecendo elas algo que nunca me pertencera.
Mas abrindo mão de tudo que se relacionava a minha antiga vivência, terminei por me afastar também de coisas que me proporcionavam um imenso prazer e, de certa forma, acabei me tornando uma espécie de Atreyu , lutando contra o Nada e o Vazio.
Meu nada se tornou um monótono dia após o outro, sem me entregar a nenhum excesso sensorial(tirando os etílicos!) e vivendo no comedido conforto de uma vida bovina. E o vazio deixado pelas caixas de lembranças, experiências e sensações foi preenchido pela angústia da perda.E por uma infundada e irracional espera.(não pergunte do que, como disse : é irracional!!!) 

E escrever estava entre essas coisas, agarradas com as duas mãos, jogadas e presas dentro das caixas da minha memória.Foi um dos prazeres negados ou relegados . E na cotidiana boviedade , percebi que poderia sim abrir uma das caixas, ainda era possível resgatar do fundo delas as palavras, as intenções, os pensamentos, as sensações. Não há como negar que escrever confere materialidade e preenche o vazio. Ainda que este se trate de uma tela de computador ou das linhas em uma folha de caderno.
E assim, sem nenhuma grande epifania ou sem arquitetar nenhum plano mirabolante de dominação global resolvi começar tirando o pó e as teias de aranha do meu blog, companheiro de bons e maus momentos, no qual digitei sem pretensão alguma posts e posts do mais puro deleite pessoal de um escriba. Sim, escrever é bom e eu gosto .Simples assim. E agora eu quero ter de volta aquilo que eu gosto. Já basta de monocromia, insipidez, silêncio, paralisia. 
Claro que não tenho mais a facilidade de outrora em organizar meus pensamentos através de palavras, até porque escrever é hábito que deve ser constantemente praticado e aprimorado.E cá entre nós, nem lista de supermercado eu tenho escrito. Só que eu acredito que escrever é como jogar xadrez. Depois que você aprende a mexer com cada uma de suas diferentes peças, basta se entregar a prática do jogo para saber aplicar, desenvolver estratégias. E por acreditar nessa ideia,dentro em breve estarei postando alguma coisa, e movendo meus dedos, frase por frase,articulando estratégias entre os parágrafos ,  chegará o dia em que conquistarei meu primeiro xeque-mate literário: um texto que proporcione a vocês o mesmo prazer, a mesma satisfação que eu sinto ao redigi-lo.
Por enquanto, juro , contentem-se com o novo visual do meu curral(bom, rimar acho que eu ainda sei...hehehe).
Até breve!  

0 comentários: