martedì, marzo 20, 2007

História para boi dormir VI -(Ou para boi não dormir para todo o sempre ....)


Mesmo sendo de certa forma uma mucca, não me alimento apenas de pasto. Consumo uma série de alimentos que estão fora da lista de um herbívoro ou, humanamente falando, de um vegetariano convicto. Porém, já faz algum tempo que deixei de praticar o canibalismo e não como mais a carne de meus irmãos bovinos. Quanto as minhas parentas galináceas, (aqueles que me conhecem sabem que o sobrenome comprova o parentesco), elas estão excluídas do meu cardápio há muitos anos. Estas (e algumas outras, diga-se de passagem) restrições alimentícias ocorreram de forma natural, não foi uma escolha consciente, foi uma mudança orgânica mesmo. Passei a reparar que cada vez que devorava um bifão sangüinolento (além de canibal, tinha uma leve tendência vampírica), meu corpo não recebia muito bem aquele sacrifício. Sentia os meus quatro estômagos pesados, devorar meus irmãozinhos sobrecarregava meu metabolismo, o que era uma mensagem mais do que clara de que a carne vermelha deixava de ser um alimento essencial para o bom funcionamento do meu organismo. Sei que nem com todo mundo é assim, há aqueles que realmente precisam de carne para sobreviver. Não os condeno, cada um tem a liberdade de escolher o alimento ou o cadáver que será depositado no prato. Com este post não tenho intenção alguma de converter um carnívoro ferrenho a ponto dele largar a bisteca suculenta ou a costela gorda e montar um altar em sua geladeira em homenagem ao deus brócolis ou a deusa berinjela. Isso seria pretensão demais da minha parte, ao ponto de que depois dessa iniciativa, a próxima seria convencer os israelenses de que fundar o Estado Palestino seria a salvação da lavoura ou então fazer os americanos rejeitar o american way of life. Não, tenho os cascos bem no chão, sei que nem uma nem outra coisa seria possível. O que quero é apenas lembrá-los de que hoje é o Dia Mundial sem Carne, uma iniciativa criada nos EUA (não por acaso a terra da liberdade e do hambúrguer) em 1985 pela FARM (Farm Animal Reform Movement). A proposta é que hoje , apenas hoje, a população mundial abra mão da picanha mal-passada, do torresmo, da carne de panela, do pernil e reflita a respeito das vantagens de uma dieta sem carne (vermelha , principalmente) . Entre elas, estariam:

- Diminuição do colesterol, reduzindo assim o risco de desenvolver doenças cardíacas;

- Prevenção da diabete, obesidade e outras doenças crônicas;

- Evita que os animais sejam capturados, enclausurados, torturados, drogados e abatidos de forma agonizante e cruel;

- Diminuição da poluição gerada pela liberação de gás metano e gás de amônia (produzidos pela fermentação do adubo orgânico, por sua vez também pelo velho e bom “totozinho” dos animais).

Ok, sei que ao olhar para aquele medalhão de filé, macio, suculento, quase derretendo na boca ou então para aquela maminha na brasa, só esperando ser filetada, você muito provavelmente não vai se lembrar de colesterol, vacas agonizando por horas e muito menos de estrume poluindo o meio-ambiente. Mas mesmo assim, deixo aqui registrado o meu convite , mucca que sou , para que você enxergue além da aparência, além da textura , além do sabor da carne , para que assim, quem sabe , sobre espaço no seu estômago e no seu cérebro para tantos outros sabores e aromas , em um mundo de vastíssimas possibilidades gastronômicas, lembrando, claro, que a escolha em desbravá-las ou não é só e tão somente sua ...

1 comentários:

Kaká ha detto...

Olá, Bellit!
Venho agradecer o elogio deixado no meu blog e aproveitar para também elogiar o teu, cuja criatividade a apuradíssimo senso de humor dão um show!
Só não consegui decifrar tua "identidade"...
Abraço,
Karine.